Page 191 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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ABORDAGEM CRONOLÓGICA DA BIBLIOGRAFIA




                Assim, SOPHIAN, em1905, referiu a concomitância do frio e da alta umidade com
                um surto de 2.180 casos de DM em Nova York; ROBERTSON & BUCHANAN,
                ao contrário, descreveram a epidemia de Leith, na Índia, em 1907, que ocorreu
                durante o frio com secura e poeira, admitindo que esta veiculasse o meningococo;

                COMPTON, em 1917, acreditava no surgimento da doença associada à súbita
                saturação da umidade atmosférica, chuvas e pouca variação de temperatura;
                SOPHIAN, 1913, e DOPTER, 1918, atribuíram a oscilações súbitas de temperatura

                surtos de DM, o que OLITSKY, 1918, observara durante a epidemia em Hong
                Kong, quando, porém, mencionou que umidade e chuvas não exerceram nenhuma
                influência; e NEWSHOLME, à mesma época, considerava que inverno e primavera
                favoreciam a incidência não só de meningite, mas também, de pneumonia.
                      Admitiu ROLLESTON, que os ventos, Este e Norte, e as baixas temperaturas,

                especialmente quedas súbitas e oscilações, reduziriam a resistência dos portadores
                expostos à infecção e induziriam à doença sistêmica; também que, a umidade
                atmosférica alta favoreceria a penetração do meningococo ao tornar a mucosa da

                nasofaringe mais esponjosa e permeável, facilitaria o crescimento da bactéria que
                não resiste à dessecação e, ao diminuir a evaporação, dificultaria a eliminação do
                germe.
                      Porém, aquele autor não identificou relações climáticas claras com DM em
                primorosa investigação do papel dos ventos, da temperatura e das oscilações de

                temperatura em 93 casos da doença. Para o estudo dos ventos — Norte e Este —
                determinou a direção desses, três dias antes e no dia da instalação da moléstia,
                concluindo, devido à variabilidade observada, pela falta de evidência de seu papel

                na doença. Em relação à temperatura atmosférica, observou discreto predomínio
                de casos nos meses de mais baixas temperaturas, não justificando a influência
                dessas. Na investigação das oscilações de temperatura, verificou nos três dias
                precedentes à instalação da doença as temperaturas diurnas e noturnas, admitindo
                como queda brusca a diferença de 10°F ou mais; esta queda se relacionou, porém,

                a somente 37 dos 93 casos estudados, não justificando lhe atribuir influência sobre
                esses. Do mesmo modo, a ocorrência associada dos ventos Norte e Este e baixas
                temperaturas não se correlacionou com aumento de casos.

                      O mesmo autor admitiu que tosse e infecção catarral predisporiam à infecção
                meningocócica, ou, ocorrendo em portadores de meningococo facilitariam a


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