Page 193 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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ABORDAGEM CRONOLÓGICA DA BIBLIOGRAFIA




                entre 10 a 31,5%) sobre a integridade dos mecanismos de defesa nas mucosas
                respiratórias, além da frequência anormal dos ventos salinos e do calor (mínima

                térmica de 15° e máxima de 40,3°C).
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                      HORWITZ & PERONI, 1944 , relataram que na epidemia do Chile de 1941-
                44, os casos de DM predominaram da metade do inverno até o final da primavera,

                isto é, nos meses de julho a novembro.
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                      Esses autores, assim como PIZZI, 1944 , embora considerando, quanto ao
                mesmo surto, o frio como um aspecto favorecedor ao comportamento epidêmico
                da doença, admitiram que outros fatores tivessem concorrido de forma importante,
                como os de natureza socioeconômica ou imunobiológica.

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                      GOVER, 1946 , analisando a distribuição da DM nos Estados Unidos em
                29 anos de observação - 1916 a 1944 - referiu que um ciclo sazonal se superpõe
                ao longo do movimento cíclico da moléstia; os picos de casos e também de óbitos

                corresponderam, em cerca da metade dos anos considerados, ao mês de março, e
                nos 50% restantes, a fevereiro e abril.
                      CARVALHO, 1951 , no Brasil, estudou por cinco anos a incidência da
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                meningite meningocócica no estado do Paraná, quando a doença se manifestou
                sob a forma de pequenos surtos; foram 267 casos, em 38 dos 80 Municípios

                existentes, nos anos de 1945-49. Os surtos no Paraná não fizeram exceção à regra,
                sucedendo-se em maior prevalência nos meses mais frios do ano — de maio a
                agosto,  com um terço dos casos  em julho e agosto que acusaram as menores

                temperaturas. Porém, correlacionando o número mensal de casos dos Municípios
                de Curitiba e Ponta Grossa, de maiores incidências, com as médias mensais de
                temperatura, umidade e pluviosidade, no período de cinco anos, verificou que, em
                Curitiba - 70 casos -, não houve correlação com temperatura e umidade, mas com
                pluviosidade, enquanto, em Ponta Grossa - 49 casos -, ocorreu correlação negativa

                com temperatura e positiva com umidade e pluviosidade.
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                      FREYCHE, 1951 , discute a sazonalidade da meningite meningocócica no
                mundo, “de marcada distribuição climática”, no período de 1939 a 1951. Assim,

                tomando dois grupos de países do hemisfério Norte — Nigéria, Alto-Volta, Sudão
                Anglo-Egípcio e Egito, de clima quente, e os Estados Unidos, Inglaterra e Gales,
                França e os Países Baixos, de clima temperado — observou que tanto no primeiro




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