Page 10 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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Com sua sólida formação técnica e científica, adquirida nas monitorias da
                graduação na Universidade de Pernambuco e na Residência Médica do Hospital
                do Servidor Público Estadual de São Paulo sob a liderança do Prof. Vicente Amato
                Neto, pôde apresentar como Tese de Mestrado (que assim era na época), um plano
                detalhado de estudo ao Prof. José Rodrigues Coura, Coordenador do Curso de
                Pós-graduação em Doenças Infecciosas e Parasitárias da  Faculdade de Medicina
                da UFRJ.

                A pesquisa partiu do levantamento executado pela autora dos casos notificados
                à Saúde Pública e dos atestados de óbito nos cartórios do Município. E, a seguir,
                de prontuários médico-hospitalares correspondentes a amostra aleatória de
                pacientes de DM. O projeto, indo muito mais além, envolveu outros dados de
                campo e laboratório para responder às questões mais amplamente consideradas
                sobre o comportamento epidemiológico da grave epidemia que incidia no
                Município. Dados desdobrados na tese de Doutorado, instruída pelo próprio Prof.
                Coura juntamente com Dra. Léa Camillo-Coura como sua Orientadora, ao verem
                a extensão do que já havia realizado, quando juntos foram a Londrina. Sobre a
                tese de Mestrado, como Presidente da Banca, ele viria a dizer com ênfase: “Você
                tirou leite de pedra”.

                Nesse livro é apresentada a distribuição no Município de Londrina dos casos e
                óbitos por DM através dos inúmeros indicadores epidemiológicos determinados e
                analisados, abrangendo um período de onze anos, de janeiro de 1965 a dezembro
                de 1975, que demonstraram, para os anos endêmicos, a taxa média de morbidade e
                mortalidade de, respectivamente, 10,03 casos e 4,4 óbitos por 100.000 habitantes,
                passando, na fase epidêmica, a 84,8 casos e 14,0 óbitos por 100.000 habitantes.
                Epidemia que seguiu e também foi concomitante à grande epidemia de São Paulo.
                Para isso, partindo de dados brutos, das notificações e atestados de óbitos, como
                referido, efetuou as estimativas populacionais para cada ano e cada variável
                considerada. Tais como: procedência urbana e rural, faixas etárias, sexo, raça e
                outras,  para  determinação  dos  indicadores  gerais  e  específicos,  tendo avaliado
                a confiabilidade das notificações de casos e óbitos por estudo amostral de
                prontuários de pacientes, e comparado os óbitos também com os registrados nos
                cartórios, para então definir o cálculo do nível endêmico com base nos índices
                de mortalidade. Assim, foi determinado o período não epidêmico e o início da
                epidemia, estudada nos três anos de duração até o seu controle vacinal.






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