Page 11 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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Impressionam suas descrições evolutivamente cotejadas com as epidemias de
                DM, ocorridas dentro e fora do País, com ênfase para a epidemia de São Paulo,
                aferindo os seus dados sob todas as evidências possíveis.

                Chama a atenção o cuidado com que avaliou as notificações, bem como as duas
                estimativas da população de origem nipônica, que criou, com o objetivo de também
                avaliar seu acometimento específico na epidemia. Uma estimativa referendando
                a outra, qualificada como “primorosa” pelo Prof. Guilherme Rodrigues da Silva
                (FM-USP), como Membro da sua Banca Examinadora de Mestrado.

                Durante a epidemia, mesmo na fase endêmica, as taxas de morbidade, mortalidade
                e letalidade observadas foram consideravelmente elevadas no Município de
                Londrina em relação às ocorrências já registradas em outros locais e nas mesmas
                épocas.
                No curso da epidemia, houve tendência ao predomínio da incidência e mortalidade
                nos meses frios do ano, a morbidade predominou na zona urbana enquanto o
                conjunto dos distritos rurais apresentou menor morbidade e maiores mortalidade
                e letalidade, mas não houve correlação entre níveis das taxas observadas nos
                distritos em relação à distância dos mesmos da cidade de Londrina. Cerca de 80%
                dos casos e óbitos corresponderam à faixa etária de 0 a 14 anos, a letalidade foi
                maior nos extremos etários analisados, sendo que todos os índices predominaram
                destacadamente nos lactentes.  O número de casos e de óbitos mostrou-se
                maior no sexo masculino e na faixa dos lactentes. O predomínio da morbidade
                e mortalidade entre lactentes do sexo masculino, como também até os cinco
                anos de idade, foi considerado demonstrativo da maior resistência genética do
                sexo feminino, contrariamente às hipóteses desse predomínio se dar por maior
                exposição e atividades (fadiga) do sexo masculino. Os índices de mortalidade e
                letalidade obtidos a partir de óbitos notificados e atestados divergiram durante
                a fase não epidêmica e foram semelhantes durante a epidemia, falando a favor
                da maior precisão dos dados neste período. A revisão amostral dos prontuários
                médico-hospitalares de casos notificados excluiu, em cerca de 20% dos mesmos,
                o diagnóstico de DM. Entre os indivíduos de origem nipônica, os índices de
                morbidade foram cerca de sete vezes mais baixos que no restante da população,
                tanto na fase endêmica como durante a epidêmica, tendo sido nula entre os
                mesmos a ocorrência de óbitos.








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