Page 69 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
P. 69
Material e métodos
Londrina durante o período de janeiro de 1965 a dezembro de 1975, selecionamos
os seguintes diagnósticos que incluímos como doença meningocócica:
1. Meningite purulenta com identificação do agente etiológico,
2. Meningococcemia com e sem identificação do agente etiológico e com e
sem dados de necropsia,
3. Meningite purulenta como única manifestação - sem referência de
identificação do agente etiológico e na ausência de diagnósticos secundários
sugestivos de patologias associadas.
Este último critério foi adotado com a finalidade de coerência com o
critério observado nas notificações pelo qual se registraram como meningite
meningocócica ou meningococcemia os casos notificados como tal, em geral
a partir da hipótese diagnóstica inicial, com e sem confirmação laboratorial
da etiologia. Podemos fundamentar essa atitude, também, no fato de serem
expressivas as proporções de diagnósticos falso-positivos referidos na literatura 10,
11, 16, 73 , em que pese boa qualidade técnica e científica. Além do mais, do ponto de
vista clínico, sabemos que os principais diagnósticos diferenciais da meningite por
meningococo são as meningites por pneumococo e por Haemophilus influenzae,
as quais comumente se acompanham de manifestações em outros órgãos (em
geral portas de entrada da doença), raras ou excepcionalmente relacionadas à
N. meningitidis . Assim, ARMENGAUD & AUVERGNAT referem que em sua
54
8
experiência os casos com líquor purulento onde nenhuma porta de entrada pôde
ser identificada, denominada meningite “primitiva”, o meningococo foi sempre o
agente causal e nos casos em que ocorreram manifestações de porta de entrada
- meningite purulenta “secundária” - o pneumococo foi responsável por mais de
dois terços dos mesmos. Aqueles autores citam também que em 151 casos de
meningites purulentas em adultos o H. influenzae não foi identificado uma só vez.
No entanto, em São Paulo, na casuística geral do Hospital Emílio Ribas do período
de 1958 a 1967 (não epidêmico), entre as 3.886 meningites purulentas de causa
determinada, os germes mais frequentemente implicados foram: o pneumococo -
13
31,2%, o meningococo 29,2% e o H. influenzae- 22,0% . Já em Goiânia, no período
de 1970 a 1972 (pré-epidêmico), em 141 meningites purulentas com identificação
do agente etiológico, 59,4% foram por meningococo, 12,0% por pneumococo e o
Haemophylus representou 6,0% . Quanto ao Hospital Universitário de Londrina,
2
67