Page 12 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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avanço, da liberdade do pensamento, de agir conforme o pensar, se apoiando ao
justificar-se por uma lógica maior, a da idéia acima do ideólogo (como certa vez
comentei com o Arouca). E que atraiu muitas pessoas de diferentes origens e
bagagens, mas tendo em comum essa identificação.
Tal percepção me veio à tona desde quando trazia os alunos da Universidade
Federal do Rio de Janeiro - UFRJ ao Centro de Saúde da Escola Nacional de Saúde
Pública/ FIOCRUZ sob direção da Tizuko Shirawia, que nos acolhia com as trocas
saudáveis das aprendizagens complementares.
Assim abriu-se o impensado caminho que me trouxe ao Hospital Evandro
Chagas, onde cultivei o propósito de fazê-lo cumprir o seu necessário e devido
papel na FIOCRUZ. Para o qual, descobri, foi originalmente criado por Oswaldo
Cruz, e instituído por Carlos Chagas - de pesquisar assistindo o paciente, e como
decorrência ensinando. Porém, então, ainda nos meados dos 1980, somou-se o
desafio inovador de plantar toda a rotina dos serviços em programas de pesquisa
interprofissionais, ao nível elevado da assistência pretendida, nos percursos do
paciente; nestes incluída a área admninistrativa.
Reconheço também que, ali, pude praticar a bagagem recebida. A que foi se
depositando do tempo da Monitoria em Patologia, da escolha e exercício da Clínica
da criança e do adulto em Doenças Transmissíveis, da Prevenção, das sementes de
investigação científica que brotaram nesse caminho e que se cimentou em jovem
professora de Medicina, na Universidade Estadual de Londrina - UEL − onde se
alimentavam os sonhos de uma sociedade equânime no seu direito à Saúde e
a busca constante de conhecimento. Foi essa essência de pesquisa plantada em
mim – pelos Professores Adonis Carvalho, na Faculdade de Ciências Médicas de
Pernambuco, e Amato Neto, na Residência Médica no Hospital do Servidor Público
Estadual de S. Paulo -, que me levou a buscar mais tarde o Mestrado, desdobrado
no Doutorado, na UFRJ, e realizar um projeto de campo e laboratório, motivado
pela Clínica, em Londrina como docente da UEL. E depois, como docente da
UFRJ, dar prosseguimento ao Doutorado e conclui-lo.
Foi essa modesta bagagem, porém rara à época na área Clínica, que depositei no
Hospital Evandro Chagas. E que me identificou com o espírito de Manguinhos.
Que me propiciou atrair mentes cujo brilho que se adivinhava ilumina os dias de
hoje, com seu talento e humanidade.
Reconheço muito mais a terra do histórico Hospital de Manguinhos, onde, muito
mais relevante do que dar continuidade às minhas pesquisas, permitiu que se
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