Page 152 - A Organização dos Serviços de Saúde em Londrina
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POSFÁCIO
da entidade que ajudei a criar e para resgatar as iniciativas
municipais dos anos 1970, muitas delas, como no caso das três
pioneiras – Londrina, Campinas e Niterói – ainda relativamente
desconhecidas por muitos, especialmente os seus processos.
Não incluo o Projeto Montes Claros dentre as iniciativas
municipais pioneiras dos anos 1970 porque, como está muito
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bem registrado e analisado por vários autores , tratou-se de
uma iniciativa da esfera estadual, tendo tido papel decisivo
o Centro regional de especialidades de Montes Claros. a
participação das prefeituras municipais no projeto passou a
ocorrer de forma mais intensa a partir de 1983, quando os
novos prefeitos, eleitos em 1982, convidaram várias pessoas do
projeto e do movimento sanitário.
Como dito acima, embora não publicado, este estudo não
caiu no esquecimento. Pelo menos não de minha parte e de
alguns amigos que conheciam ou se lembravam do trabalho
pioneiro dos anos 1970 desenvolvido na saúde de Londrina.
De forma explícita ou implícita e, com o passar dos anos,
cada vez mais implícita, várias reflexões e análises registradas
na dissertação apoiaram decisões de muitos de nós. e isso,
no âmbito do município, aconteceu recentemente de forma
muito clara, como no episódio da crise do sistema de saúde
londrinense, ocorrida entre 2009 e 2012, em que proposições
(veremos mais adiante em detalhe), baseadas numa visão
crítica desse passado, foram recusadas e outras propostas,
baseadas na visão dicotômica entre estatal X privado, foram
aprovadas. a crise foi temporariamente amenizada, mas
15. fLeUry, S. (Org) Projeto Montes Claros: a utopia revisitada. rio de Janeiro:
abrasco, 1995.
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