Page 49 - A Organização dos Serviços de Saúde em Londrina
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a organização dos serviços de saúde em londrina: antigos e novos registros de uma experiência em processo



            do médico empregado e contra a estatização da medicina,
            pelos  malefícios  que  traz  à  qualidade  do  atendimento.”  Na
            própria matéria, no  entanto, essas entidades demonstram
            seus  verdadeiros  compromissos,  acobertados  pela  defesa  do
            liberalismo: “Nesta crise, em que o Sindicato Médico (...) cuja
            nova diretoria recentemente eleita é formada pelos médicos
            jovens e cuja maioria tem “cor política” definida, registrados
            no DEOPS (...) procurou manietar as mãos do governo, restou
            a este, a válvula de escape de se socorrer da rede privada que
            mantém convênio com o INAMPS. Que a lição sirva para
            alertar as autoridades contra os elementos estatizantes que
            vivem dentro dos Ministérios da Saúde e da Previdência. Não
            houvesse uma rede de hospitais independentes, para quem
            apelaria o governo nesta hora? Que faria o governo se, hoje,
            toda a medicina já fosse estatizada? A quem encaminharia os
            enfermos?”
                 A ideologia liberal é veiculada e estimulada também pelo
            sistema de pagamento por unidade de serviço e até mesmo pela
            medicina de grupo, que contratam serviços (e não força de
            trabalho) de profissionais “autônomos”.
                 Após 1966 o Estado centraliza e mobiliza o excedente da
            economia e o faz dentro da lógica privada de acumulação de
            capital. No período 1960-1966 já se vê indícios desta forma
            de capitalização. A criação do INPS, em  1967, constitui o
            momento decisivo de consolidação e integração da saúde no
            campo da Economia Política. É o marco de viabilização do
            processo de capitalização da medicina.

                 “É a partir daí que se definem as tendências nitidamente
            privatizantes na Atenção Médica, expressadas paroxística e
            antecipadamente no Plano Nacional de Saúde do Ministro
            Leonel Miranda (1968). Os fracassos do Plano e a reação
            anteposta por sanitaristas, associações profissionais e inúmeras


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