Page 150 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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OBJETIVOS E ORGANIZAÇÃO DA PESQUISA  ·  CAPÍTULO IV - Vacinação antimeningocócica e doença meningocócica




                      Após a primeira campanha, a morbidade média se reduziu a 19 casos/100.000,
                correspondente à diminuição de 13,2% na ocorrência de DM no período. A
                morbidade mensal oscilou ainda fortemente, entre 6,2 e 31,1 casos/100.000, de

                5 vezes portanto, e de forma bastante irregular, diferindo do comportamento na
                população geral, no mesmo período.
                      Após a segunda campanha, a morbidade média aumentou para 24,7
                casos/100.000 correspondendo a uma elevação média de 30% em relação ao

                período anterior, com menores flutuações mensais, porém, de até 2,5 vezes.
                      Em todo o período pós-campanhas verificou-se a redução de 1,8%.
                      Diante da discreta queda da morbidade observada em crianças pequenas,
                após a primeira aplicação da vacina, e de sua considerável elevação após a

                segunda, mesmo admitindo a hipótese de que a epidemia tenderia naturalmente
                a crescer na ausência da vacinação, esta não permitiu o controle da doença cuja
                prevalência após a segunda campanha prevista para atingir 80% da população,
                cresceu em 30%.

                      Esses resultados não estão em desacordo com o conhecimento prévio de que
                as vacinas A e C são, sem dúvida, fracamente imunogênicas até os 2 a 3 anos de
                idade 92, 106, 108, 116, 128, 181, 212 , assim como uma segunda dose do polissacáride C parece
                levar à redução do nível de anticorpos 108, 158, 181 , e era o sorogrupo C predominante

                (70% dos casos clínicos) no Município de Londrina.
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                      Pela mesma época, na cidade de São Paulo, AMATO NETO, 1974 , observou
                soroconversão muito pequena entre crianças de até 3 anos imunizadas com o
                sorogrupo C, ao contrário das de 3 a 6 anos, e TAUNAY, 1978 , verificou maior
                                                                                212
                risco de aquisição de DM, em vacinados com aquele sorogrupo entre menores de
                24 meses quando comparados a crianças de 24 a 36 meses. Além disso, parece
                que a duração dos anticorpos vacinais A ou C é também menor nas crianças
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                menores . Autores finlandeses  durante epidemia do sorogrupo A referiram,
                porém, discordando dos demais, que, à exceção dos menores de 6 meses, as demais
                faixas etárias responderam bem ao polissacáride vacinal A, apresentando aos 2 a 3
                anos de idade níveis sorológicos de adultos vacinados.
                      Por outro lado, duvidamos que a vacinação de adultos e crianças maiores

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                possa reduzir a infecção em crianças de baixa idade. MUNFORD e col. , partindo
                de que a VAM contribua para diminuir o aparecimento de novos portadores de


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