Page 71 - A Organização dos Serviços de Saúde em Londrina
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a organização dos serviços de saúde em londrina: antigos e novos registros de uma experiência em processo
modernos, o que se torna possível pela maior disponibilidade
de recursos para crédito rural colocados à disposição dos
agricultores (...) o efeito mais significativo é o rearranjo da
estrutura fundiária, isto é, o aumento do tamanho médio dos
estabelecimentos e, com isso, a extinção progressiva de certas
formas de relações de produção, como é o caso do colono e, até
certo ponto, o meeiro e o arrendatário.
“Dessa forma, os estabelecimentos agrícolas passam
a operar força de trabalho assalariada, mas com um nível de
absorção menor do que aquele verificado no auge da expansão
cafeeira. A conseqüência desse movimento foi a transladação
de contingentes populacionais para outras áreas, ou então,
para aqueles centros urbanos com maior oferta de empregos e
serviços.” (76)
Entendendo a população favelada como um indicador
dessa transladação, comprova-se sua manutenção, através de
seu contínuo crescimento, oriunda em grande parte, ainda, da
zona rural. Segundo levantamento (38) realizado no início de
1977, em Londrina havia 12 favelas com uma população total
estimada em 8.931 pessoas. Quanto ao tempo de existência,
constataram-se quatro favelas com menos de um ano de
formação e outras quatro com mais de 10 anos.
“Na década de 70, a Região Norte do Estado vai
apresentar o perfil do seu sistema produtivo um pouco mais
diferenciado daquele que apresentava no início da década
de 60. Com a consolidação da base agrícola, o excedente
gerado, em certa medida, passou a ser aplicado na atividade
industrial, aproveitando aquelas mesmas matérias-primas que,
anteriormente, saíam da região quase ”in natura”. O novo
papel pretendido na Região vem ao encontro do interesse
do Estado, no início da década de 60. Nesse processo de
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