Page 33 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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RESUMO




                Durante uma epidemia de Doença Meningocócica associada aos sorogrupos A e
                C, num Município de porte médio do Sul do País, foram estudados, durante 36
                meses (1973 – 1975), correlações entre incidência mensal da doença com aspectos
                climáticos - temperatura, oscilações de temperatura, umidade relativa do ar e
                pluviosidade - e socioeconômicos - renda média familiar, habitantes por domicílio,
                tempo de moradia no bairro, escolaridade, faixa etária e densidade demográfica
                —, assim como prevalência de portadores durante pico de incidência da doença,
                e atuação da vacina antimeningocócica A + C, aplicada em 80% da população, em
                duas campanhas.

                Verificou-se que, dos fatores climáticos e socioeconômicos considerados, apenas
                a umidade relativa do ar mínima, entre os primeiros, e a faixa etária abaixo de 14
                anos e a renda familiar, entre os últimos, se associaram, significantemente e de
                forma inversa, à incidência da DM. No entanto, sobre a ocorrência da doença no
                período pós-campanhas, anulou-se a participação do fator climático, diminuiu a
                correlação com a renda e se manteve com a faixa etária. Associações aparentes
                foram observadas com tempo de residência, instrução e faixa etária, em função da
                correlação destes com renda e/ou com baixa idade. A letalidade não se associou a
                nenhum indicador climático, ou socioeconômico, e a mortalidade acompanhou,
                em geral, as correlações da morbidade, porém em menor intensidade.

                Observou-se a taxa geral de 17,4% de portadores de meningococo em nasofaringe,
                através de inquérito seccional, com menor frequência entre os escolares de origem
                nipônica (8,5%) em relação aos não nipônicos (36,1%); o que coincidiu com
                menor suscetibilidade de indivíduos de origem nipônica à doença. Predominou o
                sorogrupo C (61,3%) em relação ao sorogrupo A (9,7%).


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