Page 88 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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OBJETIVOS E ORGANIZAÇÃO DA PESQUISA  ·  CAPÍTULO II - Fatores socioeconômicos e doença meningocócica




                      Em relação às correlações inversas entre incidência da doença e graus de
                escolaridade também não há dados de outras procedências para comparações;
                esses achados, porém, se mostram coerentes com os relativos a outras variáveis

                socioeconômicas  consideradas  que  caracterizam  um  baixo  padrão  social  e
                financeiro. Devemos ressaltar a quase superposição das variáveis instrução e renda,
                igualmente  correlacionadas  à  morbidade  (Tabela  II.5)  e  altamente  associadas
                entre si (Tabela  II.1). É óbvio  que a condição de analfabetismo, isoladamente,

                não explica a aquisição de DM; até poderia justificar uma maior letalidade, com a
                qual, porém, não se associou, conforme comentaremos adiante.
                      Sobre a incidência geral da doença por setor em relação à proporção de
                habitantes por  faixas etárias, as correlações moderadas observadas com a

                população de lactentes devem refletir a pequena variação dessa população pelos
                diversos setores - de 1,2 a 4,1% (Anexo II.2); a correlação, forte e direta, com o grupo
                de até 14 anos, indicando que nos setores com maiores proporções desse grupo os
                índices gerais de morbidade foram mais elevados, está de acordo com observações

                anteriores. Nestas, verificáramos que, nos anos epidêmicos, no Município de
                Londrina, 75,5% dos pacientes de DM eram crianças de até 14 anos . As maiores
                                                                                     188
                taxas de incidência se registraram entre os lactentes, no Município 188   e, da mesma
                forma, nos setores (Tabela II.4).

                      No  que concerne  à  força  das associações  estudadas,  vimos, no  caso  da
                morbidade, que predominaram as correlações fortes, enquanto, com letalidade,
                se correlacionaram fracamente todos os indicadores socioeconômicos testados,
                tendo o índice de mortalidade se associado à maioria daqueles indicadores, como

                função dos casos e dos óbitos.
                      As  fracas  correlações  entre  nível econômico  e  letalidade  podem  explicar-
                se pela relativamente boa qualidade da assistência à população de menores
                condições financeiras no Município - de não previdenciários, previdenciários do

                FUNRURAL e do INAMPS -, através do Hospital Universitário da Universidade
                Estadual de Londrina, que contava com Pronto-Socorro e Serviço de Doenças
                Infecciosas; este, por força da epidemia, teve de se expandir e ocupar várias
                enfermarias do Hospital Regional de Tuberculose, sediado em Londrina, para o

                qual deslocou parte do seu corpo clínico e dos médicos residentes. Por outro lado,
                a classe médica e toda a população urbana, bem informadas acerca do surto, e o


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