Page 90 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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OBJETIVOS E ORGANIZAÇÃO DA PESQUISA · CAPÍTULO II - Fatores socioeconômicos e doença meningocócica
Tabela II.6 - Coeficiente de correlação linear entre os indicadores de morbidade da
DM por faixa etária e renda média familiar dos setores da cidade de Londrina, Paraná,
no período de 1973 - 1975.
MORBIDADE RENDA
0 a 11 meses -0,31
1 a 14 anos - 0,39 (s)
> 14 anos -0,28
(s) - p < 0,05
b) Morbidade de 1 a 14 anos
Correlação moderada e significante (r = 0,39 e p<0,05).
c) Morbidade acima de 14 anos
Correlação fraca e não significante (r = 0,28 e p<0,05).
Desses dados destaca-se a observação de que, nos setores da cidade, apenas
a incidência de DM na população de 1 a 14 anos se associou, significantemente,
com nível de renda médio do setor.
Isso sugere que, nas faixas extremas consideradas (lactentes e maiores de 14
anos) haja fatores, que não a renda, de maior significado na associação com a DM
epidêmica. A correlação moderada com a faixa de 1 a 14 anos permite interrogar,
porém, se não se trata de uma associação secundária resultante da coincidência
com maior proporção de indivíduos desse grupo de idade nos setores de menor
renda.
De uma forma geral, o que nos parece evidente é a prevalência da DM
nitidamente associada a um conjunto de variáveis socioeconômicas que, como
vimos (Tabela II.1), também se entrelaçaram - baixa renda, menor tempo de
fixação da família no local, maior proporção de crianças no setor e menor nível
de escolaridade - sem, no entanto, se correlacionar, ou o fazer fracamente, com
número de pessoas por domicílio e densidade demográfica.
Ocorre agora determinar, até que ponto, cada uma dessas variáveis
representou um fator, por si, associado à ocorrência de DM, ou se a ligação a esse
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