Page 93 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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OBJETIVOS E ORGANIZAÇÃO DA PESQUISA  ·  CAPÍTULO II - Fatores socioeconômicos e doença meningocócica




                Tabela II.8 - Coeficiente de correlação parcial, controlando a variável idade 2 (abaixo
                de 14 anos) entre indicadores de medida da DM e socioeconômicos dos setores da
                cidade de Londrina, Paraná; no período de1973 - 1975.


                   INDICADORES*         RENDA      T. MOR. 1    T. MOR. 2    INST. 1      INST. 2

                  Morbidade               0,12        0,13        -0,12        0,05        0,04
                  Mortalidade             0,19        0,19        -0,20        0,01        -0,02

                   * Morbidade e mortalidade por 100.000 habitantes.
                   Renda - Salários mínimos mensais familiares.
                   T. mor. 1 e 2 - Proporção de famílias residentes a menos de 1 ano e meio e a mais de 10 anos e meio.
                   Inst. 1 e 2 - Proporção de analfabetos e de indivíduos com instrução de 2º grau a superior.



                      Do estudo das correlações parciais identifica-se que o perfil social ligado
                à DM caracteriza-se pela maior frequência da moléstia em crianças de até 14

                anos, as quais predominam nas populações de mais baixa renda familiar e cujas
                famílias, em maior proporção, residem há menos de 1 ano e 6 meses no mesmo
                bairro.
                      Apesar da pequena variação da proporção dos lactentes pelos setores (Anexo
                II.1), eles tenderam a predominar naqueles de mais baixa renda (Tabela II.1), e

                a morbidade geral tendeu a ser maior também nos setores com maior proporção
                de menores de 1 ano, aumentando essa correlação quando a esse grupo etário se
                somava a população de 1 a 14 anos (Tabela II.5).

                      No entanto, apesar da morbidade geral ter sido maior onde havia mais
                baixa renda e maior número de lactentes e crianças de até 14 anos, a morbidade
                específica em menores de 1 ano não chegou a ser consideravelmente mais alta
                nos setores de mais baixa renda; nestes, porém, houve correlação inversa com
                morbidade pela doença nas crianças maiores (Tabela II.6).

                      O papel da faixa de 0 a 14 anos na incidência da doença, representando
                75,5% da morbidade geral durante a epidemia de Londrina , justificaria a
                                                                                  238
                ausência de associação detectável entre morbidade geral e renda no cálculo dos

                coeficientes de correlações parciais, controlando aquela faixa etária (Tabela II.8).
                Todavia, devemos reiterar que, com o controle da variável renda (Tabela II.7) a
                associação entre morbidade geral e baixa idade permaneceu, embora com menor




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