Page 170 - A Organização dos Serviços de Saúde em Londrina
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POSFÁCIO
Conforme registrou o Silvio fernandes no seu livro publicado
em 1996 e já citado, Londrina foi o primeiro município do
estado a assumir a gestão semiplena da saúde. Tudo isso com
muita dificuldade, claro. a partir de um certo momento, em
torno de 2005, houve a decisão do prefeito Nedson Micheletti
(2000–2004 e 2005 - 2008), de centralizar a gestão financeira
da saúde na Secretaria de Gestão Pública. essa decisão,
agravada no governo seguinte, de reduzir mais ainda as funções
da autarquia de Saúde, enfraqueceu politicamente a Secretaria
e seus titulares. além de, mais importante, ter contribuído para
a burocratização e o aumento da ineficiência na gestão da saúde
municipal.
Outra importante modificação ocorreu devido à perda
de autonomia da autarquia do Serviço Municipal de Saúde
(entidade de direito privado, note bem, não um “ente privado”
ou uma “organização da iniciativa privada”, que eu havia
ajudado a reestruturar em 1977), em virtude de dispositivos
aprovados pela nova Constituição do país. assim, ela, que
havia, nos anos 1970, sido a grande mola propulsora e alavanca
dos procedimentos administrativos na saúde do município, à
margem das amarras da administração direta, deixou de cumprir
esse papel. Mas isso foi se dando de forma imperceptível.
Ou quase. Mesmo porque sempre eram acompanhadas pelo
discurso de que eram medidas visando fortalecer o setor público
e contra “as ameaças neoliberais de privatização da saúde”.
Desde 1990 e até o final de 1994 trabalhei como diretor do
Centro de Ciências da Saúde da UeL. a instância universitária
que é responsável, juntamente com os respectivos colegiados,
pelos cursos de graduação de medicina, enfermagem, farmácia,
fisioterapia e odontologia. O mesmo cargo durante cujo
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