Page 84 - A Organização dos Serviços de Saúde em Londrina
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O TRABALHO. HISTÓRICO E DIRETRIZES
A dificuldade de acesso tanto no sentido do doente para
o serviço, como também no do serviço para o doente, torna
impossível o dinamismo através da visitação domiciliar, que é
fundamental para o controle da saúde de uma comunidade.
Além destas distorções provocadas por um modelo
centralizador (espacial e tecnológico) de organização do setor
saúde, persiste como característica da organização municipal
a multiplicidade de instituições (INAMPS, IPE, SUCAM,
Secretaria Estadual e Municipal de Saúde) atuando sem
qualquer mecanismo de coordenação que evite competição de
atividades e promova a diminuição dos custos operacionais.
Há um nítido predomínio da forma “liberal” da medicina,
financiada pela Previdência Social, pois como divulgou o
próprio INPS (33), em 1975 a Previdência Social “utilizava
44% dos consultórios instalados, 54% dos leitos hospitalares
disponíveis e 46% dos médicos existentes”.
Apesar dos incentivos contidos no “Projeto Londrina” –
entre as estratégias do referido Projeto, incluiu-se “a criação
de condições para o surgimento de empresas de prestação de
serviços médicos na região” – e do fato de o Paraná ser a terceira
Unidade da Federação em número de pessoas cobertas pela
medicina de grupo – 84.589 pessoas através de 229 convênios
(8) –, a agência do INAMPS de Londrina só tem 9 convênios-
empresa celebrados, abrangendo 809 segurados (32).
Por outro lado, reflete-se na demanda médico-assistencial
a condição de polo regional exercida por Londrina, pois em
pesquisa por amostragem feita em hospitais e clínicas de
diversas especialidades, foi observada uma grande utilização
dos mesmos pela população regional. “Nos hospitais de Clínica
Geral, 88,03% dos internados procedem de Londrina, 11,5%
procedem de vários municípios do Norte do Paraná. Quanto
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