Page 89 - A Organização dos Serviços de Saúde em Londrina
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a organização dos serviços de saúde em londrina: antigos e novos registros de uma experiência em processo



            do trabalho. As demais forças, representadas por Sindicatos,
            órgãos de classe, como, por exemplo, a Associação Médica
            local, Igreja, jamais se manifestaram a respeito. Universidade
            e Prefeitura, pelo contrário, eram (e são) não só sujeitos do
            trabalho, como equilibram-se, do ponto de vista orçamentário
            e político, no jogo de interesses existentes no município.
                 1977/78 – Esta etapa foi marcada pela ênfase na ampliação
            dos serviços de atenção primária de saúde, configurada na
            abertura de 4 Postos em 1977 (V. Nova e Jardim Bandeirantes,
            urbanos; Irerê e Tamarana, rurais) e mais 4 em 1978 (Conjunto
            Habitacional Ruy Virmond Carnascialli, urbano; Maravilha,
            Warta e Lerroville, rurais), administrados diretamente pela
            Prefeitura, além de um Posto em Guaravera (rural) aberto
            pela Universidade em conjunto com a Secretaria de Saúde do
            Governo do Estado (SESB).
                 Outro acontecimento marcante desta etapa foi a não
            renovação do convênio entre Prefeitura e Universidade para
            manutenção conjunta do Pronto-Socorro, ocasionada por
            divergências em torno da pretensão da Universidade em
            reformular o relacionamento financeiro preexistente, propondo
            à Prefeitura a implantação do modelo de pagamento por
            unidade de serviço. Essa proposta, inaceitável pela Prefeitura
            devido às consequências econômico-financeiras que o modelo
            de pagamento por unidade de serviço enseja (49), teve como
            elementos de argumentação, por parte da Universidade, a
            interpretação de que compete à municipalidade manter serviço
            de Pronto-Socorro e o entendimento de que a assistência
            médico-hospitalar às pessoas não contribuintes da Previdência
            Social é de responsabilidade do poder público municipal.
            Como veremos adiante, tais argumentos foram rebatidos
            pela Prefeitura, inclusive com base em pareceres oficiais dos
            Ministérios de Saúde e da Previdência Social, sem, no entanto,
            conseguir-se uma base para o entendimento.


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