Page 94 - A Organização dos Serviços de Saúde em Londrina
P. 94
O TRABALHO. HISTÓRICO E DIRETRIZES
de atenção secundária; este o é para os de atenção primária. É
quase impossível pensar num efetivo funcionamento da rede
de atenção primária de saúde sem conseguir um compromisso
com os serviços de atenção secundária. O que, por outro
lado, não deve resultar na sofisticação da rede primária com
o intuito de contornar o problema do não atendimento dos
encaminhamentos. O treinamento do pessoal auxiliar está
relacionado com essa hierarquização, conforme explica a OMS:
“A formação recebida permitirá a esses trabalhadores (auxiliares)
assumirem certas tarefas e funções bem determinadas, dotando-
os dos conhecimentos precisos para determinar e compreender
as necessidades e os problemas relacionados com a saúde que
excedem a sua competência e que devem remeter a outros
serviços (de retaguarda) para a adoção das medidas oportunas”
(81).
O médico geral, por sua vez, não é um superespecialista;
tampouco é um “médico simplificado”. Sua função só pode
ser compreendida quando existe hierarquização dos serviços;
se tal não ocorrer, o médico geral não tem sentido. Scott apud
Tornero (81) apresenta duas características que o distingue
de qualquer outro profissional da medicina: 1. o doente tem
acesso livre e direto ao mesmo e 2. o médico geral se encarrega
da continuidade da assistência. “O paciente do médico geral
pode ter”, diz Scott, “qualquer doença”. O médico geral
também necessita de profissionais “secundários, terciários”; o
especialista é seu órgão de retaguarda, assim como o Hospital
Regional o é para o Hospital Municipal ou local. No entanto
deve estar apto para o controle de um doente que foi por ele
mandado ao especialista, teve seu problema controlado e lhe é
devolvido.
Portanto, ampliar a extensão de serviços de saúde à
população, segundo o modelo da atenção primária de saúde,
71