Page 20 - EDUCAÇÃO MÉDICA E SAÚDE - A Mudança é Possível!
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É útil por sua farta revisão bibliográfica que inclui dados, datas e
         informações do passado, espalhados por muitas bibliotecas, resultados
         e recomendações de reuniões, muitas das quais com a participação do
         próprio Autor. Ao recuperar, organizar e analisar essa informação dispersa,
         Marcio Almeida  presta um serviço de valor a todos nós. É de sua  análise
         que surgem as oito “reflexões inconclusas” ou “proposições para o debate
         e para novos estudos” que ele cautelosamente apresenta ao final do livro.
               O livro nos proporciona uma viagem através do espaço e do
         tempo. Quanto ao tempo, o livro é histórico, atual e prospectivo. Com
         fidelidade aos textos e agudo espírito crítico nos dá uma visão do caminho
         percorrido desde a adoção quase universal do paradigma flexneriano pela
         educação médica latino-americana após a segunda guerra mundial, até o
         momento presente em que movimentos claros de transição paradigmática
         se fazem sentir. O novo paradigma é o que se persegue nos quatro
         modelos apresentados e analisados no livro, representando sua discussão
         prospectiva por estarem ainda em fase de implantação e desenvolvimento.
               Quanto ao espaço, o livro abrange uma dimensão mundial. Inclui
         duas redes de projetos institucionais na América Latina, uma apoiada
         pela OPS, a outra pela Fundação Kellogg, e duas redes mundiais, uma
         auspiciada pela OMS, a outra pela “Network of Community Oriented
         Educational Institutions for Health Sciences”. Em conjunto as quatro
         iniciativas dão realmente ao livro de Marcio Almeida um caráter de saúde
         internacional, como é por ele assinalado.
               Um ponto importante a destacar é que os quatro modelos
         apresentados no livro apontam na mesma direção. As diferenças são
         mais de forma do que de fundo; podem ser explicadas por diferenças
         no modo de trabalhar e características das entidades auspiciadoras e da
         estratégia escolhida: duas são organizações governamentais, a OMS e a
         OPS;  uma é organização não governamental, a rede citada anteriormente;
         e a quarta é uma fundação filantrópica americana de atuação internacional,
         a Fundação Kellogg.


                                       xviii                                                                           xix
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