Page 133 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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OBJETIVOS E ORGANIZAÇÃO DA PESQUISA  ·  CAPÍTULO III - Portador de meningococo e doença meningocócica




                      A taxa de portadores entre os não nipônicos correspondera a 24,6%, sendo
                de 12,9% entre os adultos e 36,1% nas crianças, excluída a população hospitalar.

                      A relação paciente/portador equivaleu, portanto, a 1/1.892 na população não
                nipônica, sendo de 1/2.150 entre adultos e de 1/1.337 em escolares.
                      De forma geral, os portadores de N. meningitidis predominaram no grupo

                não nipônico, mas por conta dos escolares que foram muito menos portadores
                na população de origem japonesa. Torna-se difícil explicar a maior prevalência
                dos portadores apenas entre escolares não nipônicos de Londrina, exceto se estes,
                por acaso, corresponderam a um grupo socioeconômico inferior ao das crianças
                nipônicas, embora ambos os grupos tenham procedido, igualmente, de escolas

                públicas ou da zona rural.
                      ITO , em pesquisa efetuada em 1982, entre crianças selecionadas em grupos
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                escolares da cidade de Londrina de origem nipônica e não nipônica, observou

                melhor distribuição da renda e maior nível de escolaridade entre as primeiras. E
                não encontrou alunos de famílias nipônicas em escolas situadas na periferia da
                cidade, para comparação.
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                      SIPPEL & GIRGIS , em estudo realizado em 1971-1972 entre escolares
                de 6 a 10 anos do Cairo, Egito, verificaram maior prevalência de portadores nas

                escolas públicas (27%) em relação às privadas (6 a 10%).
                      Quanto aos adultos urbanos e população hospitalar, houve, sem dúvida,
                semelhança de nível socioeconômico nos dois grupos étnicos, correspondentes, a

                maioria, a indivíduos de nível secundário e superior, entre os quais também não
                se verificaram diferenças significantes nas prevalências de portadores.
                      Em relação às outras neisserias, predominaram somente entre nipônicos da
                população hospitalar, o que é difícil de explicar, podendo ser um achado casual
                devido ao pequeno número de isolamentos em geral dessas bactérias.

                      A mais baixa frequência da DM observada entre nipônicos  poderia ser, em
                                                                                 266
                parte talvez, relacionada ao menor nível de portadores nos mais baixos grupos
                etários. Todavia, ainda não se definiu a associação, provavelmente existente, entre

                portador e doença numa comunidade.
                      Não dispomos de dados suficientes da literatura indicando com exatidão a
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                relação portador/doença. ARTENSTEIN , citando FAVAROVA & GENCHIKQV,



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