Page 128 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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OBJETIVOS E ORGANIZAÇÃO DA PESQUISA  ·  CAPÍTULO III - Portador de meningococo e doença meningocócica




                      O antecedente de contato hospitalar foi o mais frequente em portadores de
                meningococo e de outras neisserias, porém, predominou, estatisticamente, entre
                portadores de meningococo em comparação com não portadores (p < 0,05), e não

                teve diferença significante em relação aos portadores de outras neisserias.
                      O antecedente dos outros tipos de contato com paciente de DM, pelo pequeno
                número, não permitiu avaliação.
                      Excluídos os portadores de outras neisserias e tomando os totais de examinados

                (Tabela III.6) verificamos entre os que têm história de contato - 73 indivíduos - que
                15,1% eram portadores de N. meningitidis e 84,9 não portadores, e entre os que
                não têm história de contato - 259 indivíduos – que 19,7% eram portadores e 80,3%
                não portadores, não havendo diferenças significantes entre os grupos com e sem

                antecedente de contato com paciente, de portadores e não portadores.
                      Os dados indicam que os portadores de N. meningitidis não foram distinguidos
                dos não portadores pela história de contato com paciente de DM. Entre portadores,
                porém, a história de exposição ao paciente, tipo hospitalar, foi significantemente

                mais frequente em relação aos não portadores (Tabela III.5), o que se explicaria
                pelo grande número de casos de DM em fase epidêmica e concentrados no Hospital
                Universitário, de onde procedeu o grupo estudado.
                      Na população geral, porém, parece confirmar-se a ideia de que a fonte de

                propagação de N. meningitidis não são os doentes, mas os desconhecidos infectados
                que  vão  se  multiplicando, em  ritmo  variável,  e,  só  por  exceção,  ocasionando a
                doença.




                Tabela III.6 - Referência de contato com doença meningocócica entre portadores e
                não portadores de N. meningitidis no Município de Londrina, Paraná, em setembro-
                outubro de 1974.


                 REFERÊNCIA           N.        (%)        NÃO         (%)   EXAMINADOS       (%)
                 DE CONTATO     MENINGITIDIS           PORTADORES
                  SIM                11        (15,1)       62        (84,9)       75        (100,0)
                  NÃO                51        (19,7)       208       (80,3)       259       (100,0)
                  IGNORADO            1        (16,7)        5        (83,3)        6        (100,0)

                  TOTAL              63        (18,6)       275       (81,4)       338       (100,0)



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