Page 125 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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OBJETIVOS E ORGANIZAÇÃO DA PESQUISA  ·  CAPÍTULO III - Portador de meningococo e doença meningocócica




                doença determinada proporção de indivíduos, resultando um número absoluto de
                casos muito maior. Seria lógico pensar que o número de doentes correspondesse

                a uma fração mais ou menos constante dos portadores para determinada
                comunidade, na qual, possivelmente, deva existir uma proporção de indivíduos
                “marcados” para portador e, um grupo mínimo, “marcado” para a doença. Esta, em

                geral, seria evidenciada em maior ou menor grau conforme fatores do indivíduo,
                extrínsecos (socioculturais) e intrínsecos (constitucionais), que se imbricariam.
                Os extrínsecos, procedentes da comunidade, seriam responsáveis pela maior ou
                menor circulação de bactérias; os intrínsecos, do indivíduo, se representariam pela
                faixa etária e predisposição imunogenética   222, 230 ; e ambos seriam relacionados a

                quedas ou alterações provavelmente transitórias da resposta imune por fatores
                climáticos e sociais, estes influindo sobre estado nutricional, estresses, doenças
                associadas etc.

                      Não é difícil entender que, em nosso estudo, num período epidêmico quando
                poderia ser maior a circulação do agente, a população de escolares da zona
                urbana correspondente a crianças de escolas públicas, de poder aquisitivo médio-
                baixo e baixo, apresentasse maior número de portadores em relação aos adultos.
                Estes se representaram, na maioria, por estudantes universitários, pertencentes,

                portanto, entre nós, a grupos sociais mais abastados. Na zona rural não parece
                haver diferença de prevalência entre portadores escolares e adultos da mesma
                faixa social. Pelas experiências divulgadas acerca do assunto     69, 94 , a diferença

                social talvez justificasse os resultados observados. No entanto, a literatura, neste
                sentido, carece de trabalhos de maior rigor metodológico.


                      3.5 Etnia: nipônicos e não nipônicos - Tabela III.4
                      Entre 177 japoneses ou seus descendentes diretos examinados, 22 - 12,4%

                -mostraram-se  portadores de N. meningitidis.  Os demais 186 examinados, de
                origem não japonesa, apresentaram-se portadores em 22,0% - 41 indivíduos. As
                diferenças significantes (p < 0,05) nas taxas de portadores entre os grupos de origem
                nipônica e não nipônica foram paralelas às respectivas morbidades por DM, com

                diferença também significantemente menor entre japoneses e descendentes, no
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                mesmo período .



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