Page 123 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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OBJETIVOS E ORGANIZAÇÃO DA PESQUISA  ·  CAPÍTULO III - Portador de meningococo e doença meningocócica




                      A distribuição de  portadores  de meningococo,  conforme o sexo, tem se
                mostrado variável na literatura. Parecendo, antes, predominar no sexo masculino  48,
                87, 100 , os trabalhos mais recentes não têm mostrado diferenças 189, 248 . Talvez porque

                mulheres passaram a se expor mais, com progressivas atribuições semelhantes às
                dos homens. A doença, porém, incide mais no sexo masculino, o que também se
                verificou durante a epidemia de Londrina e, portanto, sem paralelismo, ali, com
                a ocorrência de portador, o que talvez reforce a ideia da maior resistência do sexo

                feminino e/ou indique que ambos foram igualmente expostos.
                      Admitindo que o nível de portadores se eleve em condições de aglomeração,
                essa taxa,  em ambos  os sexos, está  associada  ao padrão econômico e cultural
                da comunidade. Aceitando a equivalência das taxas de portadores entre os sexos

                e o predomínio da DM no sexo masculino, admitiremos que adoeçam mais os
                portadores do sexo masculino e, portanto, que a DM ocorra mais entre esses por
                serem certamente mais vulneráveis e não por se tornarem mais frequentemente
                portadores. Em estudo anterior   188  demonstramos maior suscetibilidade do sexo

                masculino à doença ao compararmos a morbidade, em períodos endêmico e
                epidêmico, entre crianças menores de 2 anos de ambos os sexos observando grande
                predomínio nos lactentes masculinos; nesta faixa, a proporção de portadores
                deveria ser obrigatoriamente uniforme entre os sexos, igualmente expostos às

                mesmas possibilidades de contaminação.
                      Em relação à prevalência de neisserias não meningitidis quanto ao sexo dos
                portadores, não há dados disponíveis na literatura para comparação.


                      3.4 Faixa Etária - Tabela III.1

                      Entre 131 escolares examinados encontramos 31 - 23,7% - portadores de
                meningococo.
                      Entre 153 adultos, excluído o grupo hospitalar, houve 19 culturas positivas
                para N. meningitidis - 12,4%.

                      A prevalência de meningococo em nasofaringe foi significantemente maior
                entre escolares (p < 0,01). Outras neisserias foram diagnosticadas em apenas 2
                adultos - 1,3%, e 6 escolares - 4,6%, não permitindo análise estatística.

                      A relação entre idade e estado de portador de meningococo citada na
                literatura, é variável. Frequência mais baixa em crianças parece ser o mais


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