Page 162 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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OBJETIVOS E ORGANIZAÇÃO DA PESQUISA · CAPÍTULO IV - Vacinação antimeningocócica e doença meningocócica
A discreta diferença a favor da associação com menor renda no grupo de não
vacinados e a não correlação daquele indicador com vacinados (Tabela IV.7), sugere
que, entre os não vacinados, predominaram, discretamente, os indivíduos de mais
baixa renda, os quais eventualmente teriam buscado menos a vacinação, e não por
seu maior contingente de crianças (não houve diferença de correlação entre idade
e doença nos dois grupos). Em vacinados, a DM teria ocorrido independentemente
de nível socioeconômico. Este aspecto, embora insuficientemente explorado na
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literatura, vem ao encontro da observação de MORENO, 1982 , que não verificou
diferença na resposta sorológica à vacina conforme o nível social de escolares
vacinados. O que sugere, como no presente trabalho, resposta imune semelhante
à vacina, e que não deva associar-se, por exemplo, a condições nutricionais, mas,
possivelmente, se ligar a fatores diretos inerentes, ou intercorrentes, ao estado
imunológico dos suscetíveis.
Tabela IV.7 - Coeficientes de correlações linear entre morbidade por DM em vacinados
e não vacinados e indicadores socioeconômicos por setor da cidade de Londrina,
Paraná, de novembro de 1974 a dezembro de 1975.
MORBIDADE
INDICADORES
Vacinados Não vacinados
Idade < 14 anos 0,40 (s) 0,41 (s)
Renda -0,21 -0,37 (s)
(s) - p < 0 ,05
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Como curiosidade, ressaltamos as observações de BLACKFAN , feitas há
bem mais de meio século (1922):
“(...) embora haja evidências favoráveis à profilaxia vacinal com o
meningococo, estudos futuros devem ser efetuados em relação à resistência à
doença, que a maioria das pessoas possui, antes de se estabelecer que a medida
seja importante em medicina preventiva como o é a vacina antitifóidica”.
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