Page 160 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
P. 160

OBJETIVOS E ORGANIZAÇÃO DA PESQUISA  ·  CAPÍTULO IV - Vacinação antimeningocócica e doença meningocócica




                proporção de crianças até 14 anos, por setor, mostrou - Tabela IV.6 – que, antes
                e após as campanhas, as correlações foram significantes (p < 0,05), regulares e

                diretas (r = 0,54 e r = 0,52, respectivamente); e que as correlações entre morbidade
                geral e nível de renda antes e após as campanhas, foram significantes (p < 0,05),
                regulares e inversas, porém de menor nível nos períodos seguintes às vacinações

                (r = 0,52 e r = 0,36, respectivamente) - mesma Tabela.



                Tabela IV.6 -Coeficiente de correlação linear entre morbidade por DM e indicadores
                socioeconômicos por setor, nos períodos anterior e posteriores às campanhas de VAM,
                na cidade de Londrina, Paraná, em junho de 1973 a dezembro de 1975.


                         PERÍODOS                ANTERIOR À VAM*           POSTERIOR À VAM**

                       INDICADORES                   Morbidade                  Morbidade
                   Idade < 14 anos                      0,54 (s)                   0,52 (s)
                   Renda                               -0,52 (s)                   -0,36 (s)

                   (s) - p < 0 ,05
                   * jun/73 - set/74
                   ** nov/74 - dez/75


                      Reforça-se assim, que a condição socioeconômica permeou todo o processo
                epidêmico, embora tendo, possivelmente, um papel bem mais forte no deflagrar
                da epidemia do que após sua estabilização. Nesse sentido, podemos transpor
                à discussão anterior quanto à participação do fator climático, considerando
                que, se entre os protegidos pela ação vacinal deixaram de interferir os fatores

                socioeconômicos, o número de suscetíveis expostos a esses fatores tornou-se muito
                menor. Disso, possivelmente, resultou o enfraquecimento da correlação. É possível
                também que, da mesma forma, uma vez estabelecidos os níveis epidêmicos,
                os fatores que os favoreceram passariam a ter menor papel, permanecendo a

                epidemia por conta, talvez, de outros elementos por ela desencadeados.
                      Em relação à idade já verificáramos (Capítulo II) maior predomínio da
                doença nos setores com maior proporção de crianças, que em geral são os de mais
                baixa renda. Entretanto, após as vacinações, se bem tenha diminuído a relação
                entre incidência de DM e renda, não se alterou a ligação da doença com faixa
                etária, reforçando a maior suscetibilidade desse grupo.


                                                        158
   155   156   157   158   159   160   161   162   163   164   165