Page 32 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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Introdução




                evolução  muitas  vezes  fulminante,  contra  a  qual  não  se  contava  com  nenhum
                recurso profilático seguro, amplo e prático, como requeria a coletividade exposta.

                Em fins de 1974 surgiu a vacinação antimeningocócica com os polissacarídeos
                dos sorogrupos A e C, aplicada em massa na população do Município e, com ela,
                a perspectiva de interrupção da epidemia e controle da doença.

                      Chamou-nos curiosamente a atenção o fato de não ter sido atendido no
                Hospital Universitário de Londrina, onde trabalhávamos, nenhum paciente com
                DM de nacionalidade ou descendência japonesa, mesmo durante o período de
                maior  frequência  da  doença,  parecendo-nos  também  relativamente  rara  essa
                ocorrência nos outros hospitais do Município, diante do expressivo contingente

                dos mesmos na população.
                      Desnecessário se torna acentuar a importância da DM, seja pelo seu potencial
                epidêmico, gravidade clínica e ocorrência de sequelas, seja pelo elevado custo do

                paciente, de hospitalização obrigatória e requerendo cuidados intensivos.
                      Em um estudo de 254 casos confirmados de DM, internados no Hospital
                Universitário de Londrina (enfermaria de Doenças Transmissíveis), quase a metade
                requereu tempo de internação superior a 10 dias, sendo que aproximadamente
                70% dos óbitos ocorreram nas primeiras 48 horas; a letalidade nesses casos foi de

                10,2% .
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                      No presente estudo, buscamos estabelecer os dados epidemiológicos básicos
                relativos à doença meningocócica no Município de Londrina, nos últimos onze

                anos, a partir de janeiro de 1965 até dezembro de 1975. E, neste período, nos
                propondo a determinar as fases, não epidêmica e epidêmica, da doença, e em
                cada fase os indicadores de morbidade, mortalidade e letalidade, assim como
                suas correlações com faixa etária, sexo, origem nipônica e procedência, urbana
                e rural dos casos e óbitos. Em relação à procedência pretendemos determinar

                também os mesmos coeficientes acima referidos para cada distrito do Município
                e correlacioná-los com a distância entre cada distrito respectivo e a sede urbana
                do Município. Para uma avaliação da confiabilidade das notificações da DM

                levantamos prontuários médicos correspondentes a uma amostra de casos
                notificados, visando verificar a frequência aproximada dos casos “falso-positivos”.
                Finalmente, pretendemos comparar as taxas de mortalidade e letalidade por DM




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