Page 42 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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Introdução




                      De 1921 a 1923, na Cidade de São Paulo, o coeficiente de morbidade atingiu
                a 15,2 casos por 100.000 habitantes no ano de 1922, sendo o pico inferior de 10,6,

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                em 1921 .
                      Nos anos seguintes, de 1924 a 1928, a frequência diminuiu progressivamente
                variando de 8,2 a 3,1 por 100.000 habitantes . Conforme ASSUMPÇÃO , esses
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                índices correspondem a um estado endêmico com recrudescimento; no entanto, a
                letalidade foi elevada, com uma média de 39% em São Paulo, no período de 1921 a
                1928 e de 60,5% no Rio de Janeiro, no período de 1920 a 1929, semelhante, porém,
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                à observada em grandes cidades de outros países .
                      No período de 1928 a 1931, na Cidade de São Paulo, a proporção de

                isolamentos de Neisseria meningitidis diminuiu progressivamente .
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                      Também no Município de São Paulo, de 1930 a 1944, os coeficientes de
                endemicidade registrados variaram de 2 a 4 casos por 100.000 habitantes        12, 78 .
                Comportamento semelhante pôde ser observado, através do registro dos óbitos

                por DM, no Estado do Paraná, de 1930 a 1943; durante este período o número de
                óbitos variou de 0 a 3 por ano, sendo a incidência difícil de precisar pela deficiência
                de notificações .
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                      Data de 1945 o início da primeira onda epidêmica de meningite

                meningocócica registrada no Brasil , cujo estudo foi feito por SCHMID mais de
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                uma década depois (Tese de Livre Docência, 1958) descrevendo a epidemia que
                ocorreu no Município de São Paulo. Esta epidemia, cujo pico se verificou em 1947
                com morbidade de 25 casos por 100.000 habitantes, começou em julho de 1945

                permanecendo até 1951. Neste período, a morbidade média foi de 12,72 casos por
                100.000 habitantes, a mortalidade de 2,21 por 100.000 habitantes e a letalidade de
                17,4% . A partir de 1952, retornou ao nível endêmico anterior, de 2 a 4 casos por
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                100.000 habitantes  12, 78, 52, 68 .

                      O mesmo autor comparou a frequência de casos de DM entre outras
                capitais brasileiras, no período de 1944 a 1951 (tendo como fonte o Anuário de
                Bioestatística). Concluiu que, apesar da insuficiência dos dados, estes sugerem
                a ocorrência de onda epidêmica no País, tendo sido atingidas algumas cidades

                à mesma época da epidemia de São Paulo . Também a mortalidade, permitindo
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                refletir  a  incidência  da  moléstia  mostrou  que,  enquanto  no  período  de  1930  a




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