Page 39 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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Introdução
sugerem também que o meningococo teria sido veiculado em maior proporção
a partir da cidade portuária de Valparaíso, que recebeu grande número de
refugiados alemães e espanhóis de 1940 a 1941, por onde se iniciou a epidemia 72,
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51 . A população do Chile nunca sofrera anteriormente processo epidêmico . No
Brasil, com início em 1945 e término em 1951, registrou-se em São Paulo uma
epidemia cuja morbidade máxima foi de 25 casos por 100.000 habitantes, no ano
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de 1947 e outra, de 1945 - 1949, no Estado do Paraná .
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Por alguns anos seguintes, a doença meningocócica teria se restringido a
surtos em comunidades militares e outras, de caráter fechado 20, 15 .
No entanto, numerosos países africanos permanecem com elevados níveis
endêmicos da doença, principalmente aqueles localizados na região compreendida
entre o deserto do Saara e as savanas do Sudão, a ‘’África Subsaariana”, que se
delimita pelo deserto ao norte, pela floresta ao sul, pelo oceano Índico a leste
e o Atlântico a oeste, constituindo o chamado “Cinturão da Meningite” 62, 64 .
Considerando-se apenas as notificações oficiais de cinco países do Cinturão da
Meningite, respectivamente Níger, Alto Volta, Nigéria, Chade e Sudão no período
de 1939 a 1962, o número atingiu a 600.000 casos com mais de 100.000 óbitos;
a incidência chegou a 87 casos por 100.000 hábitantes 62, 59 . Em 1966, em todo
o mundo, foram notificados 42.000 casos de doença meningocócica dos quais
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mais da metade ocorreu na África . O padrão da DM no “Cinturão da Meningite”
inclui picos anuais de incidência de duração de cerca de três meses, em geral
coincidindo com o início da estação de mais baixa umidade do ar e caindo com o
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começo das chuvas .
Mais recentemente, epidemias em vários países africanos e principalmente
surtos em aldeias do “Cinturão da Meningite” vêm sendo continuamente
relatadas. Na Nigéria, em período epidêmico de 1960 a 1962 ocorreram mais de
70.000 casos 7, 85 . De 1964 a 1965 registrou-se grave epidemia no Médio Leste . O
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Noroeste africano sofreu também com a epidemia da cidade de Fès, em Marrocos;
durante 1966 a 1967 ocorreram mais de 2.000 casos, numa média aproximada de
650 casos por 100.000 habitantes, sendo a letalidade de 7,8% . Em 1969, no Mali,
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verificou-se maciça epidemia, tendo sido referidos acima de 90.000 casos e mais
de 1.000 óbitos num período de 4 meses .
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