Page 195 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
P. 195
ABORDAGEM CRONOLÓGICA DA BIBLIOGRAFIA
verificou a ocorrência de correlação negativa entre morbidade mensal por DM e
temperatura média mensal, com 34% dos casos ocorrendo no inverno e 58,6% no
inverno e na primavera.
SCHMID & GALVÃO, 1961 , também em São Paulo, observando o
34
comportamento epidemiológico da DM por tempo maior - 1938 a 1958 - no qual
se incluíram dois períodos endêmicos (1938-44 e 1952-58) e um epidêmico (1945-
51), verificaram que, nos três períodos, os casos predominaram de junho a outubro
sendo julho o mês de maior incidência, com número dobrado de casos em relação
a fevereiro, de mais baixa frequência.
Discutem o papel indireto do frio, propiciando a maior aglomeração, e
da concomitância, nessa época, de outras infecções respiratórias, facilitando a
disseminação do meningococo; fazem também referência a AYCOCK, que acredita
na maior incidência da DM no inverno por aumento da suscetibilidade individual
à bactéria nessa época.
ARCHIBALD, 1962 , estudou a DM no cinturão sudanês, de 1955 a 1962,
35
onde há muito se sabe ser prevalente na estação fria, verificando seu predomínio
de janeiro a junho, com picos em março-abril, e menores taxas pluviométricas
correspondentes a menor número de casos.
LAPEYSSONIE, 1963 , em aprofundado estudo da DM nas savanas da
36
África, a associa com fatores climáticos que incluem baixa umidade do ar e
alta temperatura durante o dia com queda acentuada vespertina e noturna, nos
meses iniciais da estação seca (em novembro e dezembro). Refere que há uma
superposição da curva higrométrica com a distribuição endêmico-esporádica dos
casos, que se multiplicam após quatro semanas da queda da umidade e diminuem
em simultaneidade com a sua elevação, que precede as chuvas. No entanto, muitas
vezes, as epidemias se restringem a áreas limitadas por regiões de igual clima e os
surtos não se sucedem, anualmente, nas mesmas regiões.
BASTIN, 1966 , revendo a epidemiologia da DM concluiu que, além das
40
estações, outras causas favorecem a doença, como idade, sexo e outras que abalam
a resistência do indivíduo; e que, embora “várias explicações tenham sido propostas
para elucidar o mecanismo das influências sazonais - umidade do ar, vento, poeiras
que irritam a mucosa faríngea - é bem difícil precisar a responsabilidade de cada
uma dessas perturbações atmosféricas”.
193