Page 199 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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ABORDAGEM CRONOLÓGICA DA BIBLIOGRAFIA
os relatórios da OMS sobre a doença na Inglaterra, cobrindo o período de 1955 a
1974 nos quais se incluíram alguns surtos, indicaram uma relação sazonal definida,
com predomínio dos casos de janeiro a abril e menor número em setembro, regra
geral.
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MORAIS e col, 1974 , no Brasil, verificaram que nos anos epidêmicos de
1971-72 em São Paulo, os picos de incidência de DM corresponderam ao período
de julho a dezembro em cada ano, mas comentam que a variação sazonal foi
pequena, embora os níveis mais altos de morbidade tenham sido no inverno. Não
se realizaram correlações diretas com temperatura, ou outros dados climáticos.
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Le LIGUELLOUX, 1974 , reviu a epidemiologia da DM considerando a
África e os países temperados. Considera que a DM epidêmica se caracteriza por
sua forma caprichosa e imprevisível de aparecimento em que, mesmo obedecendo
à conhecida prevalência multianual e sazonal, é difícil de prever quando ocorrerá
e até onde se estenderá. Toma como elementos epidemiológicos básicos da
cadeia: “o agente patógeno” e a “receptividade”. Esta diz respeito à passagem,
mal explicada, do estado de portador ao de doença que acredita ligado, por sua
vez, aos fatores do germe, imunitários e gerais, e estes incluindo os climáticos
e individuais. Os primeiros corresponderiam ao frio, nos países temperados, e
à secura do ar nos países tropicais, concorrendo diretamente para a fragilidade
das defesas nasofaringeanas e favorecendo a frequência de afecções virais; admite
também a interferência das estações sobre o modo de vida das populações rurais
africanas seminômades, associadas a seus deslocamentos ou ajuntamentos. Os
fatores individuais, que considera favorecedores à doença, são “a fadiga, a estafa
e a adaptação”.
No Brasil , durante o processo epidêmico em torno de 1972-75, que atingiu
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um grande número de estados brasileiros e, ao que parece em maiores proporções
as regiões Centro-Oeste, Leste e Sul, também é referida uma elevação da frequência
de casos a partir do mês de junho em vários estados, em coincidência com os
meses frios.
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JACOBSON, 1975 , avaliando as tendências do ano epidemiológico de 1974
nos Estados Unidos, mostrou mais uma vez o predomínio da doença (endêmica)
de janeiro a maio, com 61% dos casos.
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