Page 203 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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ABORDAGEM CRONOLÓGICA DA BIBLIOGRAFIA
mas a proporção de portadores de meningococo entre os comunicantes da doença
foi, aproximadamente, 4 vezes maior.
FREYCHE, 1951 , estudando a DM no mundo, depois de 1939, referiu
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a propósito de violenta epidemia do Sudão Anglo Egípcio em 1951, que, na
província de Darfur, a oeste, onde a densidade demográfica é das mais baixas -
2,5 habitantes/km , o número de casos notificados foi o mais alto – 1.450/100.000
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habitantes, enquanto em Khartum, Kardefan e Nilo Azul, com densidades médias
de, respectivamente, 26, 12 e 4 km , os índices foram mais baixos – 129, 990 e 920
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casos/100.000 habitantes, respectivamente.
HENDRICH, 1952 , em relação à morbidade por DM e caráter social,
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citou tese e dados não publicados de J.H. FAN, 1944, nos quais, este autor
verificou na cidade de Baltimore e no Município de Maryland que entre negros,
foi, respectivamente, 3,7 e 2,1 vezes mais frequente que em brancos, o que
atribuiu às condições de agregação domiciliar dos negros; estudando densidade
demográfica em relação a duas epidemias, de 1935-1937 e de 1941-1942, em
Baltimore, verificou que as taxas de ataque foram 7 vezes mais altas nas áreas
superpopulosas em relação às menos populosas, enquanto as áreas rurais tiveram
menores índices, mas o excesso de riscos para a cidade se restringiu ao período
epidêmico. HENDRICH faz ainda referências a 4 epidemias do período de 1915-
1950, coincidentes com condições de aglomeração populacional por guerra de
1918 e 1942-1943 - e com êxodos rurais por crescimento industrial - de 1929 a
1935-1936. Reportou-se, ainda, no período de 1930-1951, ao comportamento da
DM entre militares observando que os casos aumentam em fases de mudanças, ou
seja, após o ingresso obrigatório no serviço militar e ao término do treinamento,
sendo menos frequentes nas fases de relativa estabilidade.
BARRETO, 1956 , referiu que na África Ocidental, conforme observação de
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PELTIER, os brancos têm sido grandemente poupados da meningite em relação
aos negros, o que atribui à diversidade de condições de higiene.
SCHMID & GALVÃO, 1961 , em S. Paulo, Brasil, estudando a morbidade
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de DM conforme procedência, nos períodos endêmicos de 1938-1944 e 1952-1958,
e epidêmico de 1945-1951, verificaram o predomínio na zona rural, onde foi 3
vezes mais frequente que nas zonas urbana e suburbana. Justificaram o achado
comentando que, na zona rural, embora a densidade demográfica fosse mais
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