Page 202 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
P. 202

ABORDAGEM CRONOLÓGICA DA BIBLIOGRAFIA




                detecção dos portadores, seu isolamento e tratamento (feito à época, com soro
                antimeningocócico e considerado de eficácia discutível); mas, cita “GALAMBOS,

                KLINGER  &  ROUMAN  que não  acreditavam  que  a incidência  da  doença  fosse
                influenciada pela detecção e segregação de portadores sãos”.
                      Em 1941-1944, durante grave epidemia no Chile, comentaram HORWITZ

                                   19
                & PERONI, 1944 , que, embora as autoridades sanitárias acreditassem nas
                condições climáticas como o principal fator favorecedor do processo, e de fato o
                ano de 1942 foi o mais frio e chuvoso dos últimos 6 anos, não as consideravam
                como  a  causa  mais  importante.  Ponderavam  que, se  a  doença  era  endêmica
                por muito tempo no País, apenas a presença do meningococo não bastava para

                explicar a mudança de proporções, de endêmica para epidêmica. Lembravam,
                porém, que os alemães, ali refugiados em grande número nos anos de 1940-1941,
                poderiam ser eventualmente, portadores de novas cepas de meningococo. Além

                disso, admitiam que “fadiga, nutrição deficiente, aglomeração e condições pobres de
                higiene” eram fatores predisponentes à DM, “presentes no país por muitos anos”.
                                  21
                      PIZZI, 1944 , sobre a mesma epidemia, considerando alguns grupos sociais,
                encontrou maior proporção de portadores nos comunicantes de DM entre soldados
                nas barracas (55%) do que entre mendigos ao relento (1%). Determinou, também,

                a  taxa de  ataque  secundário  em  9.668 indivíduos  comunicantes familiares,
                estudando, ainda, o grau de aglomeração domiciliar; este foi classificado em leve,
                moderado e intenso (verificou em favelas o índice de 7 pessoas/quarto e 2,9/cama).

                Concluiu  que:  a)  2,5%,  em  média,  dos  comunicantes  familiares  adoeceram;  b)
                a taxa de ataques secundários foi maior entre os menores de 15 anos; c) a taxa
                de ataque secundário foi maior entre os que moravam em intensa aglomeração
                (com 2,9% de taxa de ataque, para 2% entre residências de leve aglomerado).
                PIZZI comenta que a ausência de epidemia anterior no Chile (ao que se sabe),

                condicionou a perda de imunidade da população, a qual, associada a outros
                fatores - ajuntamento, baixa nutrição e frio - favoreceram a propagação de uma
                doença de transmissão respiratória.

                                        28
                      CARVALHO, 1951 , no Brasil, estudando a epidemia de DM no Paraná, de
                1945-1949, correlacionou com cor e profissão 210 casos da doença, sem resultados
                conclusivos. Desses pacientes, só 12 referiram contato com outros doentes - 5,7% -




                                                        200
   197   198   199   200   201   202   203   204   205   206   207