Page 205 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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ABORDAGEM CRONOLÓGICA DA BIBLIOGRAFIA




                diferentes morbidades por DM e condições sanitárias. Concluiu que, nos locais
                de maior incidência da doença correspondentes, em geral, aos bairros mais pobres,

                ou a zonas rurais de baixo padrão sanitário, o conjunto de bactérias do ar foi mais
                elevado. No Alto Volta o número total de bactérias e coliformes mostrou-se maior
                na estação seca do que na chuvosa. Não detectou a presença de meningococos nas

                amostras.
                      FOSTER, SANDERS & GINTER, 1971 , descreveram um surto de 17 casos
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                de DM, dos quais 16 pelo sorogrupo B, em Jacksonville, Flórida, de dezembro de
                1966 a abril de 1977. Treze casos ocorreram em menores de 12 anos e em negros;
                a letalidade foi elevada (29%); dois terços dos casos procederam de áreas mais

                pobres, mal ventiladas e de alta densidade.
                      Os autores comentam que poucos estudos epidemiológicos em populações
                civis não confinadas foram feitos e os resultados mostraram-se controvertidos.

                      FRASER e col., 1973 , estudaram retrospectivamente meningites em geral,
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                nos períodos de janeiro de 1968 a julho de 1970 e de janeiro a junho de 1971, por
                hospital e atestados óbito do Município de Charleston, em Carolina do Sul. Foram
                61 casos de meningites por meningococo, 106 casos por H. influenzae e 59 por
                pneumococo verificando que predominaram em negros, porém sem significado

                estatístico no caso das meningocócicas; prevaleceram no inverno, ao contrário
                das meningites provavelmente virais (com picos no verão); igual ou acima de 50%
                dos casos ocorreram em menores de 3 anos, com maior frequência entre 6 e 7

                meses de idade. A anemia falciforme predispôs a meningites por pneumococo
                e  H. influenzae. Não ocorreu nenhum caso de DM em área de muito baixa
                densidade demográfica, mas não foi possível correlacioná-la com aglomeração,
                talvez por limitações do estudo. Entretanto, a meningite por  H. influenzae
                diminuiu com o aumento da densidade e não houve associação entre densidade e

                meningite pneumocócica. A DM não se correlacionou com nível socioeconômico,
                assim como a meningite pneumocócica (embora mais frequente em negros).
                Contrariamente, a meningite por H. influenzae foi inversamente proporcional à

                renda e predominou entre os negros mais pobres da periferia de Charleston; não
                foi possível a comparação entre negros e brancos com mesmo nível de renda, pela
                raridade entre os mesmos de renda semelhante, e não se esclareceram os fatores




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