Page 209 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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ABORDAGEM CRONOLÓGICA DA BIBLIOGRAFIA
E – 3. CAPÍTULO III – PORTADORES
Estudo sobre portadores e seu papel remontam ao final do século passado e
início deste quando KEIFER, em 1896, observou, pela primeira vez, que pessoa sã
poderia ser portadora de meningococo em nasofaringe e ALBRECHT & GHON,
em 1901, descreveram o primeiro caso de portador comunicante de DM apud 89 .
Poucos anos depois, FLEXNER descreveu o ciclo de portador e doença,
citado por BLACKFAN em 1907 : “Um portador de meningococo é inserido em um
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grupo de pessoas, das mais suscetíveis idades. Ao final de certo tempo, algumas são
contaminadas através da aspiração de secreções que ele ejeta. Das contaminadas,
um número variável torna-se infectada na ocasião e desenvolve a meningite,
enquanto um grande número é convertido, seja temporariamente (evanescente) ou
mais duradouramente (crônico), em portador. O paciente, durante a doença aguda e
por um período indefinido, enquanto convalescente, é também portador. Desde que
o número de portadores produzido exceda o número de casos de doença, pode-se
concluir que a suscetibilidade individual à meningite epidêmica é baixa”.
BRUNS & HOHN apud 12 , em 1907, durante uma epidemia em Rukr, na Prússia,
verificaram que a taxa de portadores em não comunicantes foi de 22,4% entre
1.786 indivíduos examinados durante 6 meses, sendo que variou de 60,7 a 7,3% do
1º ao 6º mês, e, portanto, muito mais elevada nas fases mais precoces da epidemia;
em comunicantes foi de 36,8% em 609 examinados, variando de 60,8 a 8,5% do 1º
ao 6º mês, e assim apresentando o mesmo comportamento.
Surtos sucessivos de DM em períodos de guerra, referidos de 1805 até 1917
por ROLLESTON , deram margem aos estudos epidemiológicos de populações
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militares envolvendo diversos inquéritos de portador que foram se realizando ao
longo desse período.
MAYER, 1910 apud 9 observou em torno de 3% a proporção em populações
civil e militar.
O Medical Research Committe apud 9 (Comitê especial informador de estudos
bacteriológicos da febre cerebroespinhal), no ano epidêmico de 1915 na Inglaterra,
encontrou 8,53% de portadores entre 1.629 soldados comunicantes de 60 casos de
DM. E, nesse mesmo período, encontraram-se 2 a 3 vezes mais portadores entre
adultos do que nas crianças.
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