Page 210 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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ABORDAGEM CRONOLÓGICA DA BIBLIOGRAFIA




                      Em 1916, o  Medical Research Commnittee       apud 8 , publicava as ideias de
                DOPTER & ARKWRIGHT:

                      ...a epidemia não é propriamente cerebroespinhal,  mas pode ser chamada
                de epidemia saprofítica de meningococo na garganta da população, sendo a febre
                cerebroespinhal um epifenômeno, devido à invasão sistêmica secundária do seu foco

                saprofítico na nasofaringe, que ocorre em momentos isolados e raros os quais não
                parecem ter conexão um com o outro, como regra.
                      Poderíamos dizer que a literatura, até hoje, nem contrariou, nem esclareceu
                tais ideias.
                      GLOVER, 1918 , considerando o papel, já admitido então, da aglomeração de
                                      7
                pessoas no aumento da taxa de portador de meningococo, e desta com a ocorrência
                de doença, pesquisou a proporção de portadores entre militares dormindo em
                barracas com número e distância variável entre os leitos. Correlacionando este

                espaço com taxa de portador em nasofaringe, observou que: quando a distância
                entre os leitos era a oficial de 1 jarda (91,4 cm), a taxa de portador foi em torno de
                5%; quando de 1 pé e 4 polegadas (40,5 cm), a taxa foi a 10%; quando menor que
                1 pé (30,5 cm), atingiu 20% e quando menor que 9 polegadas(22,5 cm), chegou a
                28-30%. Assim, a superpopulação aumentava o nível de portador, o qual atingia

                um máximo em 3 semanas, acreditando, daí, que a taxa de 20% constituía sinal
                de alerta, seguido da ocorrência de casos de doença. Esta observação, por muito
                tempo, correspondeu à expectativa classicamente esperada na epidemiologia de

                DM.
                      Todavia, por essa mesma época de epidemia na Inglaterra, cita GLOVER    apud 12
                que, entre 1.881 pessoas civis e não comunicantes de DM, 13,5% eram portadores
                de meningococo, e que de 100 operários sãos, em outro inquérito, 37% foram
                positivos; portanto, a proporção de portadores entre civis, embora em geral mais

                baixa que entre militares, foi considerada muito alta frente ao número relativamente
                menor de casos clínicos.
                      Também, nesses anos epidêmicos de 1915-1917, em Londres,

                NEWSHOLME       apud 12  estimou que o risco de contrair a doença era menor que 1%
                entre os infectados e que, embora os indivíduos pudessem permanecer portadores
                por muito tempo, o limite de 2 a 3 semanas foi repetidamente confirmado. Entre




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