Page 215 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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ABORDAGEM CRONOLÓGICA DA BIBLIOGRAFIA




                sem referência de contato, foram portadores 19,1%, e com referência 18,8%.
                Estes corresponderam a 3 portadores de meningococo na nasofaringe, porém só 1

                com Neisseria de mesma sensibilidade da bactéria do paciente. Concluíram que o
                doente não representou nenhum risco ao pessoal hospitalar.
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                      CATALDO & cols., 1968 , utilizaram a sulfadiazina profilática em 5.689
                portadores de meningococo de uma população de treinamento militar (Fort Ord)
                na Califórnia, Estados Unidos. Permaneceram portadores de meningococo sulfa-
                resistente 207 indivíduos que, então, receberam penicilina oral (6 milhões/dia, 4
                dias) tornando-se negativos 204. Destes, 182 foram reexaminados após 17 dias
                do uso da penicilina, identificando-se, em 106, meningococo sulfa-resistente.

                Os autores interrogam se a penicilina teria uma ação transitória, se ocorreu
                reinfecção e/ou se existiriam condições individuais favoráveis à multiplicação
                local da bactéria.

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                      LAPEYSONIE,  1969 , reexaminou  aspectos  ligados  a portadores de DM,
                considerando o comportamento da infecção em comunidades militares de países
                temperados, em coletividades rurais da África saheliana e em cidades da África
                do Sul.
                      Salienta quanto ao primeiro grupo que, após a entrada de novos recrutas,

                o nível máximo de portador corresponde  ao 3º mês da incorporação, quando
                então desaparecem os casos clínicos e começa a decrescer regularmente a taxa
                de portadores, provavelmente em decorrência do surgimento de imunidade e do

                esgotamento das fontes de infecção. À chegada de novos recrutas, recomeça o
                ciclo.
                      Dessas observações, o autor  retira duas conclusões: 1) a taxa de portador
                pode ser baixa ou alta conforme o tempo de permanência dos novos recrutas,
                sem paralelismo com casos clínicos – “não há taxas de alarme”; 2) pode-se até

                afirmar o contrário – quando a frequência da doença cai, a de portador atinge seu
                máximo.
                      Quanto às coletividades africanas do Sahel, correspondem a populações
                semifechadas de 500 a 600 pessoas e isoladas por dezenas de quilômetros que,

                após 8 a 9 meses do último surto de DM, encontrando-se no inicio da estação seca,
                se constituem em alguns grupos de indivíduos, tais como: pessoas que deixaram de




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