Page 213 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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ABORDAGEM CRONOLÓGICA DA BIBLIOGRAFIA




                em relação à incidência dos casos, pontos de partida para proposição de medidas
                profiláticas. Acreditam que, nos métodos de controle da doença, devem-se incluir

                estudos de fatores de suscetibilidade nos poucos suscetíveis aos muitos expostos
                à infecção.
                      Admitindo a existência generalizada de portadores adultos nos diversos

                tipos de população, não associaram DM com “urbanização de não imunes” (como
                ocorre  reconhecidamente  em  outras  doenças),  suspeitando  que  a  mobilização
                desses possa não ser a razão de «epidemicidade» entre militares.
                      CARVALHO, 1951 , a respeito da epidemia do Paraná de 1945-1949, verificou
                                        28
                entre 123 comunicantes de pacientes de DM a proporção de 30,3% de portadores

                de meningococo, e que entre 212 pacientes, 94% negaram contato prévio com
                doentes. Menciona a taxa de 40% de portadores em convalescentes, não citando
                a fonte.

                                       30
                      HEDRICH, 1952 , comentou que portadores são extremamente comuns
                durante epidemias: entre militares 30 a 50% ou mais e entre civis até 30%; sendo
                que neste grupo, em períodos interepidêmicos, ficam em torno de 2%.
                                     38
                      GAULD, 1965 , verificou, através de culturas semanais de secreções de
                nasofaringe, que, em 2 grupos de 400 e 100 recrutas, a prevalência de portadores

                foi de 8 e 9% à admissão, aumentando progressivamente a 43 e 35% até a 8ª
                semana, respectivamente; em outros 2 grupos de soldados foi de 55% e 47% na
                15ª e 17ª semanas, respectivamente, e, em mais 2 grupos de militares permanentes

                foi de 5 e 8%. No entanto, enquanto a proporção de portadores aumentava pela 8ª
                semana de admissão, os casos de DM diminuíam, e praticamente desapareciam a
                partir da 9ª semana.
                      REED, 1966 , estudou o comportamento de portadores de N. meningitidis
                                   44
                a partir de um surto de 5 casos de DM pelo sorogrupo B em vilarejo esquimó

                distante 85 milhas de outras vilas, mas a 5 milhas de um acampamento caucasiano
                de pesquisa. A população era de 1.438 habitantes, em 250 casas com 7 pessoas/
                casa, de 1 a 2 cômodos, sendo as pessoas muito gregárias e sociais. Foram feitos

                4 inquéritos num mesmo grupo de 237 indivíduos selecionados, onde se incluíam
                crianças de jardim de infância e de 6º a 8º graus e adultos da Unidade da Guarda
                Nacional, que resultou em 20% de portadores nos três primeiros inquéritos e




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