Page 211 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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ABORDAGEM CRONOLÓGICA DA BIBLIOGRAFIA




                suas observações, concluiu que a taxa de casos não é deduzível da taxa de portador
                e a ocorrência de uma epidemia não pode ser satisfatoriamente explicada como
                sendo devida à taxa de portadores.

                      GLOVER, 1920     apud 8 , com metodologia inversa à que realizara anteriormente,
                partiu do achado de 70% de portadores comunicantes e não comunicantes de
                DM, em determinado acampamento militar. Entre seus leitos aumentou o espaço
                para  2,5  pés;  após  isso,  ocorreu  redução  daquela  proporção,  embora  não  tão

                rapidamente quanto antes observara o aumento dos portadores pela aproximação
                dos leitos. Dessas observações ponderou:
                      Os casos (de doença) são, meramente, a espuma visível no topo de uma vasta
                onda de portadores.

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                      BLACKFAN, 1922 , fez ainda referência a um estudo de FLACK em
                185 portadores, sendo 124 comunicantes de doente ou de portador e 61 não
                comunicantes; no primeiro grupo, a persistência do estado de portador foi, em
                média, de 4,7 semanas, e no segundo, de 3,7 semanas; do total de portadores, 21%

                tornaram-se negativos nas primeiras duas semanas, 52% até quatro semanas e 5%
                persistiram positivos além de 12 semanas. Acrescentou que o tempo de portador
                é menor no clima quente e seco e maior em presença de nasofaringite e sinusite.
                      NORTON & GORDON, 1930          apud 83 , referiram que durante a epidemia de

                Detroit de 1928-1929, os contatos familiares  (da mesma casa) de pacientes de
                DM adoeceram numa proporção de 3,3% - de 692 residências, houve em 23 mais
                de um caso. Concluíram que a maioria dos que adoecem adquirem a infecção de
                portadores.

                      HEDRICH, 1931 , chamou atenção para o fato da maioria das infecções
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                falharem em produzir doença, mas que esta ocorre muito mais frequentemente
                entre crianças, embora, durante epidemias, os adultos sejam encontrados em
                maior frequência como portadores.

                      Comentou, com base em HEIMAN & FELDSTEIN, 1913, que em populações
                civis, no curso de uma epidemia e sob aglomeração, 100% da população pode vir
                a ser uma ou mais vezes portadora, como em campos militares.
                      DUDLEY & BRENNAN, 1934         apud 104 , encontraram em pessoal naval 50% de

                portadores de meningococo na ausência de casos clínicos, os quais ocorriam em
                áreas cuja prevalência de portadores era de 5%.


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