Page 208 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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ABORDAGEM CRONOLÓGICA DA BIBLIOGRAFIA




                por essas crianças após vacinações (rubéola e poliomielite), não se conhece, em
                que medida, o baixo estado nutricional poderá se associar a mais baixa proteção

                contra eventual infecção natural posterior.
                      Acentua a necessidade do prosseguimento de estudos nesse sentido, incluindo
                a relação entre graus de nutrição e resposta imune.

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                      NERY-GUIMARÃES, BITTENCOURT & PASTOR, 1981 , estudaram
                a distribuição espacial de 311 casos de meningites purulentas no Município
                do Rio de Janeiro, de julho a dezembro de 1978, criticando a subnotificação e
                referindo  distribuição  irregular  da  doença,  com  predomínio  numa  das  regiões
                mais prósperas da cidade. Considerando, entretanto, os diversos tipos de moradia

                encontrados numa mesma área, verificaram maior incidência entre habitantes
                de favelas e conjuntos habitacionais populares - 9,7/100.000, em relação a outros
                tipos de residência -  3,7/100.000. Predominaram as meningites por meningococo

                sobre as outras etiologias - 73 casos confirmados (33%), sendo que o risco de
                aquisição  de  DM,  assim  como  de  outras  meningites  purulentas,  foi  maior  em
                favelas e conjuntos habitacionais comparativamente a moradias de outros tipos.
                      MORAIS, GUEDES & BARATA, 1982 , mostraram a distribuição geográfica
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                da DM em 1974 - acme epidêmico – no Município de S. Paulo, que é constituído por

                8 distritos e 48 subdistritos; estes, conforme certas características socioeconômicas,
                são divididos em 6 áreas homogêneas. Acentuando as dificuldades na localização
                dos casos notificados, pelas informações incompletas, não conseguiram observar

                superposição regular da incidência da DM e seus aumentos epidêmicos na maioria
                dos distritos e subdistritos que constituem as áreas homogêneas.
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                      MARSIGLIA, BARATA & SPINELLI, 1982 , apresentaram as epidemias de
                meningite em S. Paulo – 1971 pelo sorogrupo A, 1974 pelo sorogrupo C - como um
                exemplo de determinação social do processo epidêmico. Admitem, todavia, que

                “não é possível estabelecer uma relação de causa e efeito entre determinados fatores
                sociais e o desenvolvimento do processo epidêmico”.













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