Page 218 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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ABORDAGEM CRONOLÓGICA DA BIBLIOGRAFIA




                que, neste período, 18% foram portadores de meningococo ao menos 1 vez, e o
                tempo médio de portador foi de 9,6 meses, com o que nem idade ou sexo pareceram

                se relacionar; que a prevalência, a cada momento, variou de 5 a 10%, com mais
                baixas proporções em crianças e maiores em adultos masculinos; que a taxa de
                aquisição anual, foi, em média, de 5,7%, maior quase 10 vezes em homens do que

                em mulheres e quase 20 vezes entre homens em relação a crianças e, finalmente,
                que a transmissão intra-domiciliar a partir de um portador elevou a aquisição
                do meningococo  a uma média de 1.000/cultura, isto representando, porém, uma
                chance baixa de contaminação em relação a outros patógenos transmissíveis.
                      FOSTER, SANDERS & GINTER, 1971 , acompanhando um surto de 17
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                casos de DM em Jacksonville, Flórida, por sorogrupo B, pesquisaram portadores
                nos seguintes grupos, com os respectivos resultados: a) 26 comunicantes de
                pacientes, com 50% de positividade e o predomínio de 60% nas crianças, escolares

                e pré-escolares; b) 93 não comunicantes moradores nas vizinhanças dos casos e de
                baixo nível socioeconômico, com 39% de isolamento, prevalecendo em crianças
                pré-escolares com 44%; c) 62 não comunicantes residentes a distância dos casos
                em áreas de baixa densidade e de média-alta e alta faixas socioeconômicas, com
                11% de portadores, sendo que os adultos não foram examinados.

                      O número de adultos estudados não permitiu conclusões estatisticamente
                válidas. Em relação à cepa epidêmica, taxa alta de portadores foi encontrada apenas
                entre comunicantes familiares, sendo que os autores ressaltam a importância da

                quimioprofilaxia e da diminuição de aglomeração nesse grupo.
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                      KNIGHTS, 1972 , fez extensa revisão sobre portadores de meningococo em
                ajuntamentos militares, a partir de dados de 1915, mostrando que, nesses casos, a
                frequência tem variado entre não comunicantes de DM de 9 a 10%, mas que pode
                ser irregular e, num mesmo regimento e em meses diversos, variar de 5 a mais de

                20%, sem motivos esclarecedores. Considerando o fato estabelecido por GLOVER
                de que, numa comunidade fechada o nível de portadores seria proporcional à
                proximidade de leitos, condição esta favorável ao desencadeamento de um surto,

                salientou a existência de inúmeros trabalhos a contradizerem tal premissa, embora
                continue distante a compreensão da relevância desses aspectos. Lembrou ainda
                que, mais tarde, foi dada ênfase ao agente etiológico, relacionando-se epidemias




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