Page 223 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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ABORDAGEM CRONOLÓGICA DA BIBLIOGRAFIA




                de até 2 anos de idade, 2,9% de portadores aos 3 meses, 7,7% aos 7 meses e 15,6%
                aos 18 meses, sendo, dos 15 meningococos isolados, somente 3 grupáveis (20%).

                      KAISER e col., 1974 , durante um surto de DM por sorogrupo C em Dadle
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                County, Flórida, Estados Unidos, pesquisaram portadores em 80 contatos estreitos
                (que frequentemente dormiam e comiam na residência dos casos index) e em 316

                controles da comunidade (colegas, vizinhos e parentes dos pacientes) e efetuaram
                dosagens sorológicas em 58 contatos estreitos e 49 controles. Resultaram 35% de
                portadores entre os comunicantes, com predomínio entre os mais jovens (abaixo
                de 20 anos), e 1% entre os não comunicantes. De 24 indivíduos com títulos de
                hemaglutinação>1/16, eram portadores 83%, e de 75 com títulos <1/16, apenas

                6,7%  o  eram;  dos  contatos  estreitos,  40%  mostraram  os  níveis  mais  altos  de
                anticorpos contra 6,1% dos controles.
                      Não houve associação significante da taxa de portador com a condição de

                dormir ou não no mesmo quarto que o caso index, mas sim com o número de
                ocupantes do quarto, atingindo o nível de infecção a 90% quando esse número
                chegou a 5.
                      CALOMFIRESCU e col., 1974 , reavaliando a problemática do portador,
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                acreditaram serem necessários estudos críticos quanto aos numerosos trabalhos já

                realizados no assunto com respeito a muitos aspectos sistematicamente envolvidos,
                como: diversidade de critérios de diagnóstico bacteriológico; extraordinária
                desigualdade estatística e clínica das casuísticas em termos de coletividade e casos

                estudados; variabilidade de correlação entre proporção de portadores e ocorrência
                de casos de doença em momentos variáveis também do processo epidêmico;
                correlação insuficiente com dados epidemiológicos essenciais; desconhecimento
                da população de meningococos quanto à virulência, aquisição ou perda por
                passagens de caracteres de patogenicidade, mutação, seleção etc.

                       Considerando que a relação meningococo-homem resulte de influências
                recíprocas de três complexos fatores: o macroorganismo, com seus mecanismos
                de resistência natural; o microorganismo, com seus caracteres presumíveis de

                agressividade; e os fatores do meio, que favorecem ou impedem a interação,
                observa que “há muitas lacunas nessa longa confrontação junto ao significado da
                noção de portador de meningococo”.




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