Page 224 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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ABORDAGEM CRONOLÓGICA DA BIBLIOGRAFIA
LANTHALER e col., 1974 , consideraram o papel das infecções virais, não
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só as responsabilizando pela disseminação do meningococo entre portadores, mas
também lhes atribuindo papel patogênico na mucosa rinofaríngea de inibição dos
mecanismos inespecíficos de defesa, após o que uma infecção meningocócica
comportaria o risco de disseminação hematogênica.
Os autores acreditam que a ocorrência da DM, dominante nos meses frios
do ano, possa decorrer do predomínio das infecções virais nessa mesma época;
entretanto, embora tendo encontrado certa proporção de associação entre infecções
respiratórias virais e DM, o estudo demandaria maior número de observações.
ARTENSTEIN, 1974 , considerou a elevada frequência da infecção
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meningocócica e a rara ocorrência da doença, citando que a taxa de portadores de
meningococo, entre adultos jovens normais, encontra-se em torno de 20%.
ARTENSTEIN e col., 1974 , em inquérito amplo envolvendo milhares de
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recrutas americanos, encontraram grande variação na taxa de portadores de uma
companhia para outra sem correlação com incidência da doença.
O Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, 1974 , relatou resultados
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de pesquisa de portadores, em abril de 1974, entre 45 trabalhadores de empresa de
reflorestamento, no vale do Jari, Almerim, Pará. Foram examinados na vigência
de um surto de DM na região, iniciado em janeiro de 1974, sendo identificados
60% de portadores.
MUNFORD e col., 1974 , no período de outubro a novembro de 1972,
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durante a epidemia de São Paulo, determinaram taxas de portadores nos seguintes
grupos: comunicantes de DM que dormiam na mesma casa (370 pessoas) - 17%
e no mesmo quarto - 17%; que não dormiam, mas trabalhavam ou visitavam
casas de pacientes (90 pessoas) - 3,2%; não comunicantes de DM, mas vizinhos
próximos de pacientes (50 pessoas de 20 casas) - 3,6%; comunicantes de outros
tipos de meningite que dormiam nas casas (20 pessoas de 5 casas) - 3,6%.
Observaram, também, que as taxas de portadores foram mais altas em
residências com maior número de habitantes e entre famílias de pacientes
lactentes, não evidenciando portador entre crianças menores de 1 ano.
A taxa geral de ataque secundário foi de 1,6%, 18 casos de 152 primários.
E nula a partir de 179 casos primários em lactentes; de 2,6% seguindo-se a 653
pacientes de 1 a 14 anos, e de 0,3% associada a 320 casos de DM em adultos. Essas
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