Page 228 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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ABORDAGEM CRONOLÓGICA DA BIBLIOGRAFIA




                ao ambiente em torno do paciente; e, que a prevenção adequada da DM se fará
                pela imunoprofilaxia. Desta, cita resultados positivos no Egito e no Sudão, onde

                diminuiram consideravelmente os casos de doença, e relata que, no Brasil,
                demonstrou “marcada efetividade, evitando uma epidemia pelo menos inquietante”.
                      BURIAN e col., 1977 , encontraram em suabes de orofaringe de 97 crianças
                                           171
                de 1 a 5 anos, 3 cepas de N. meningitidis não grupadas - 3,1% - e 4 de N. lactamica
                - 4,1% - e, na maioria, níveis consideráveis de anticorpos antimeningocócicos.
                                         201
                      GOLD e col., 1978 ,  encontraram em cultura de material de nasofaringe
                de 2.969 crianças dos 3 meses aos 12 anos de idade, de população aberta, maior
                proporção de  N. lactamica em relação a  N. meningitidis, observando também

                comportamento inverso de portador por idade. Assim, enquanto a prevalência N.
                meningitidis aumentava 10 vezes nos primeiros 2 anos de vida, a prevalência de
                N. lactamica diminuía na mesma intensidade, embora continuando a predominar.

                Não observaram correlação entre taxas de aquisição de uma ou outra bactéria
                e tamanho da família. Entre as crianças que se tornaram portadoras de  N.
                lactamica, 60% mostraram aumento de 4 vezes ou mais no título de anticorpos por
                imunofluorescência, 40% apresentaram anticorpos bactericidas aos sorogrupos
                A, B e/ou C, comparados com 5 e 7%, respectivamente, entre as não portadoras.

                Acreditam os autores que o estado de portador da N. lactamica pode levar, por
                imunidade cruzada, à proteção natural contra a N. meningitidis.
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                      SIPPEL & GIRGIS, 1978 , estudaram no Cairo, Egito, de 1971 a 1972, entre
                outros aspectos, a prevalência de portadores de meningococo entre 1.665 escolares
                de 6 a 10 anos. Verificaram predomínio de portadores nas escolas públicas - 27% -
                em relação às privadas - 6 a 10%; em geral maior frequência de cepas não grupáveis
                e, entre as grupáveis, prevalência dos sorogrupos A e B (o sorogrupo A é o maior
                responsável local pela DM). Nenhuma bactéria isolada fermentou a lactose, assim

                como nenhuma bactéria não grupável foi cultivada em líquor de pacientes (773
                casos), sugerindo ausência de virulência nesse grupo.
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                      MONTANARO e col., 1978 , em Nápoles, Itália, durante a primavera de
                1976 e 1977, de baixa endemia de DM, encontraram 6,9% e 3,1% de portadores
                entre 794 e 529 civis examinados, respectivamente, em cada ano; em período
                correspondente, verificaram num total de 198 recrutas a proporção de 26,3% de




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