Page 230 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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ABORDAGEM CRONOLÓGICA DA BIBLIOGRAFIA
Não verificaram variações sazonais, contrariando a ideia de que o
meningococo, na África, se propaga de pessoa a pessoa na estação seca, a qual,
embora favoreça a ocorrência da doença parece desfavorecer a de portadores. A
duração média do estado de portador foi de 3 meses, considerada subestimada.
A taxa de portadores de N. lactamica na aldeia estudada foi muito alta, maior
que 25% entre menores de 10 anos e aproximadamente 15% entre 10 a 14 anos,
tendo sido encontrada em pequena proporção a concomitância desta bactéria
com o meningococo. Parece que a N. lactamica não previne a colonização local
da N. meningitidis, embora induza a anticorpos bactericidas contra os sorogrupos
A, B ou C. É possível que a N. lactamica atue na imunidade à DM; no entanto, se
mostrou, na África, muito frequente entre crianças de alto risco.
DE WALKS, 1983 , avaliou as medidas profiláticas relativas ao período de
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recrudescência da DM pelo sorogrupo B, na Bélgica, correspondente aos anos de
1965-1975. Considerou como casos secundários os identificados até 60 dias após
contato com o doente (caso primário), porém 50% dos casos ocorreram até 12
horas do contato. Identificou maior risco de contaminação secundária associada à
exposição a um doente em domicílio, creche e jardim de infância, defendendo que
a profilaxia se deve basear na identificação desses contatos de risco, na estreita
supervisão médica dos mesmos e na prescrição de quimioprofilaxia adequada.
Referiu, entretanto, que apenas 46% dos comunicantes domiciliares receberam
quimioprofilaxia, em 98% das vezes pouco eficaz, tendo ocorrido 2 casos
secundários entre 143 comunicantes domiciliares que fizeram quimioprofilaxia e
2 casos entre 104 que não fizeram. Acredita inútil a pesquisa de portadores, a não
ser que se diagnostique o sorogrupo e o sorotipo.
FAOU & TARDIEU, 1983 , a partir de inquérito sistemático de portador
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em população civil de 1978 a 1982, referiram que, em Strasburgo, França, onde a
DM é endêmica, o número de casos observados independe da taxa média anual de
portadores, aproximadamente constante desde 1979. Mencionaram as variações
sazonais da doença e que a relação, por trimestre, entre número de pacientes e de
portadores, foi inversa. Concluem que a incidência de DM, embora não devendo
depender do nível de portadores, está estreitamente ligada a variações dessa taxa.
Aspectos da literatura relativos a portador e vacina antimeningocócica são
abordados a seguir, no Capítulo IV. (62, 65, 66, 67, 71, 79 106,114, 145, 179, 196, 199, 203, 210, 223).
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