Page 227 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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ABORDAGEM CRONOLÓGICA DA BIBLIOGRAFIA
meningococo ao menos uma vez, sendo evidenciado, mais frequentemente, o
sorogrupo Y (50 a 60%), e o tempo médio de duração de portador foi de 9 semanas.
Os resultados, mostrando a mesma incidência de portadores em rapazes e moças
de iguais condições, ao longo de um período, diferem de outras observações nas
quais se considera claro o predomínio de portadores no sexo masculino.
VASCONCELOS e col., 1977 , em estudo de 1.702 funcionários do Hospital
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das Clínicas de São Paulo, em 1975, verificaram que 8,2% eram portadores de
meningococos em nasofaringe, dos quais predominaram os sorogrupos A - 31,9%
e C - 29,8%, seguidos dos não grupáveis -15,6%, isolando-se ainda os sorogrupos B,
A e C associados e Y em menores proporções. Houve predomínio não significante
no sexo masculino. Em 1.368 vacinados com polissacáride meningocócico A +
C, 8,6% eram portadores, e em 205 não vacinados, 7,3% eram portadores. Foi
observada maior frequência de portadores entre residentes e internos (12,7%),
que permanecem muito tempo no hospital e residem em prédio anexo, e entre
atendentes (12,7%) e serventes de limpeza (9,4%), que recebem os menores
salários. Nos serviços em que pacientes de DM estavam hospitalizados as taxas
observadas não foram consideradas altas.
FOURRIER e col., 1977 , estudaram frequência em portadores
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comunicantes de um caso de DM por sorogrupo B, verificando que a proporção
de isolamentos nos 160 comunicantes diretos (parentes, amigos e familiares)
foi significantemente mais alta (20%) do que em comunicantes hospitalares
(14%) e outros pacientes (9,5%) dos mesmos serviços. A metade dos portadores
comunicantes diretos apresentava sinais clínicos de nasofaringite. Os portadores
predominaram acentuadamente na faixa etária de 10 a 19 anos (67%). Durante
um período inicial de quase 4 semanas a taxa acumulada de isolamento caiu de 25
a 0,6%, o que contrasta com a relativa estabilidade observada, também em meio
aberto, por autores americanos. Antes de 6 meses verificou-se um remanejamento
nas proporções dos vários sorogrupos, diferentemente das coletividades fechadas.
O uso da quimioprofilaxia nos portadores não pareceu eficaz; consideram os
autores que, em meio aberto, não pode ser feita por intolerância, risco de seleção
e custo; que na Suécia ela não é utilizada assim, com base científica, o que é
difícil em outros países por motivos psicológicos; que sua indicação se limita
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