Page 229 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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ABORDAGEM CRONOLÓGICA DA BIBLIOGRAFIA




                portadores. Predominaram em geral os sorotipos Y (18%) e WI35 (24%) sobre o
                clássico B (15%), interpretado como uma mudança na evolução da epidemiologia
                da meningite meningocócica, à semelhança de outros países. Cepas não grupáveis
                e poliaglutináveis foram observadas em 13%.

                      GRIFISS, 1982 , revendo a relação entre portador e risco de DM defende
                                     251
                que, para qualquer população, o risco de doença envolve o cálculo da velocidade de
                transmissão do meningococo do mesmo sorogrupo e, principalmente, do sorotipo

                associado à doença, mas admite ser muito difícil a realização desses inquéritos.
                      BLAKEBROUGH e col., 1982 , em estudo de portadores de meningococo e
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                Neisseria lactamica no Norte da Nigéria, em períodos prévio (1976) e concomitante
                (1977-1978) a epidemias, determinaram sua relação com nível de anticorpos (por
                hemaglutinação), frequência familiar, idade, sexo e estações climáticas. Verificaram

                que não houve diferenças importantes na frequência de portadores em diversos
                inquéritos entre 631 crianças de um grupo escolar e cerca de 550 indivíduos
                de uma aldeia poupada da DM, ocorrendo, porém, mudança no sorogrupo do

                meningococo. Assim, antes da fase epidêmica não foi identificado o sorogrupo
                A, que prevaleceu nos períodos de epidemia, tenso sido também frequente a N.
                lactamica, pesquisada somente nos últimos inquéritos. A média de portadores de
                meningococo variou de 3 a 4%, na aldeia, e de 3 a 9%, entre os escolares, com
                níveis semelhantes aos do Zaire durante epidemia na mesma época.

                      Nesse sentido, os autores concluíram que as epidemias do Norte da Nigéria não
                se acompanharam de taxas altas de portador, como as observadas anteriormente,
                em 1972, por HASSAN, não sugerindo, portanto, que a monitorização de portadores

                de meningococo prediria a ocorrência de surtos, a menos que se identificasse um
                marcador de virulência.
                      Observaram uma grande elevação de anticorpos anti-A durante o período
                epidêmico, desproporcional à taxa de portadores, indicando propagação maior
                que a evidenciada pelo diagnóstico de portador.

                      Verificaram que a taxa de aquisição mensal do meningococo em famílias nas
                quais já havia um portador foi de 1,6%, e onde antes não havia portador foi de
                0,7%, sendo as crianças de 1 a 10 anos os portadores iniciais e mais frequentes,

                sugerindo que a infecção se propaga de criança a criança, diferentemente de
                outros achados. Não houve diferenças quanto ao sexo.


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