Page 217 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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ABORDAGEM CRONOLÓGICA DA BIBLIOGRAFIA
de uma epidemia está na conjunção de 2 fatores: do germe, por exaltação da
virulência; e do hospedeiro, por ausência de imunidade específica e deficiência
de barreira nasofaríngea; a ligação entre esses fatores é feita pelo aumento do
número de portadores que não só possibilita a exacerbação da virulência pelas
múltiplas trocas, como aumenta o risco de um suscetível entrar em contato com o
germe e adoecer. Discutíveis são os fatores que aumentam o número de portadores,
admitindo os autores que, em Fez, os peregrinos possam ter sido os responsáveis
por isso.
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PUTSCH, HAMILTON & WOLINSKY, 1970 , estudando culturas de escarro
de pacientes, 47 com pneumonia, 23 com outras infecções respiratórias e 14 sem
doenças respiratórias, e culturas de garganta de 176 indivíduos assintomáticos,
isolaram N. meningitidis de, respectivamente, 30%, 30%, 0% e 10% dos examinados.
Diversos sorogrupos de meningococo foram identificados; e cepas não grupáveis
foram diagnosticadas em 43% dos indivíduos com pneumonia e em 40% sem
pneumonia.
De seus resultados e de outros que documentavam pneumonias
meningocócicas, os autores acreditam também que o meningococo deva
ser considerado um potencial patógeno respiratório da mesma forma que o
Streptococos pyogenes, o Haemophylus influenzae e o Stafilococos aureus.
KENT, 1970 , relata que no “cinturão da meningite”, em períodos
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interepidêmicos, observam-se 10% de portadores derivados do surto precedente.
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FAUCON e col., 1970 , fizeram um inquérito de portadores no acme da
epidemia de Fez por sorogrupo A, durante um período de 6 semanas, e com
desconhecimento de dados anteriores, que totalizaram 657 pessoas referentes
a 3 grupos socioeconômicos: de população pobre, medianamente abastada e
abastada. E, respectivamente, encontraram 22,5%, 22,8% e 12,3% de portadores
do sorogrupo A, com diferença significante entre a classe abastada e as demais. A
distribuição de portadores por família foi irregular.
Do estudo nada se pôde deduzir quanto à origem e evolução da epidemia,
pelo que deveria ser periodicamente renovado, segundo os autores.
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GREENFIELD, SHEEHE & FELDMAN, 1971 , verificaram em populações
de famílias normais, totalizando 238 pessoas acompanhadas durante 32 meses,
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