Page 196 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
P. 196

ABORDAGEM CRONOLÓGICA DA BIBLIOGRAFIA




                      FAUCON, 1968 , em ampla abordagem do assunto, analisou, entre outras
                                      53
                questões básicas, as causas das flutuações sazonais da DM. Admite as influências

                climáticas sobre a barreira rinofaríngea, além da predisposição, pelo frio, à
                aproximação das pessoas, uma vez que nem a virulência do meningococo nem a
                taxa de portadores, explicam por si, a eclosão de um surto. Acredita que, quando

                epidemias ocorrem na vigência de baixa taxa de portadores, se devem a aumento
                de indivíduos com alteração de barreira mucosa, condicionado por fenômenos
                climáticos.
                      LAPEYSSONIE, 1968 , indo um pouco além considera fundamentais os
                                             54
                fenômenos climáticos interagindo com a barreira nasofaríngea para o rompimento

                do equilíbrio da dinâmica do portador, vigente numa comunidade. E acredita que,
                por condições singulares, de ordem climática e social, a DM se apresenta na África
                Saheliana sob forma de violentos surtos, enquanto na América, Europa e África

                do Norte mostra-se predominantemente endêmico-esporádica. As condições que
                         63
                considera, são: o frio — que leva as populações a se aglomerarem em recintos
                mal ventilados, favorecendo a transmissão do meningococo por perdigotos; e a
                baixa umidade do ar - que cai acentuadamente por período prolongado a partir de
                dezembro em todo cinturão africano da meningite, levando à secura da mucosa

                da rinofaringe com diminuição de sua capacidade de defesa. Nesses períodos, não
                só a DM costuma se apresentar sob forma epidêmica, mas também aumentam os
                casos de rubéola, pneumonia e outras infecções de porta de entrada respiratória.

                                                 55
                      BENNET & YOUNG, 1969 , pela “consistente variação sazonal” da meningite
                meningocócica observada no período endêmico de 1960-69, nos Estados Unidos -
                com níveis mínimos de morbidade no verão e início de outono, passando a subir
                em dezembro ou janeiro e atingindo o máximo em fevereiro, março ou abril -,
                justificam como “ano base epidemiológico” da DM o período de setembro a agosto,

                conforme já considerara GOVER, 1946 .
                                                        24
                      No entanto, a variação anual endêmica, em média, nos Estados Unidos
                (1961-66), foi somente de 1,18 a 1,77 por 100.000 habitantes e a ocorrência,

                como em geral se dá, mostrou-se variável num mesmo local de um ano a outro,
                predominando em populações militares com 10% dos casos.
                      FAUCON & ZANNOTTI, 1969  e 1970 , descreveram a epidemia de
                                                                 68
                                                       57


                                                        194
   191   192   193   194   195   196   197   198   199   200   201