Page 275 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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ABORDAGEM CRONOLÓGICA DA BIBLIOGRAFIA




                a atuação da lise imune. Grandes quantidades de IgA podem bloquear defesas,
                mediadas por células e complemento, como também sugeriu a experiência “in

                vitro”. O estímulo para elevações específicas de IgA circulante não parece provir
                da presença do meningococo na nasofaringe do portador, onde não ocorre
                disseminação, parecendo originar-se do estímulo a células da mucosa intestinal

                por antígenos de reação cruzada, notadamente enterobactérias portadoras de
                antígenos lipopolissacarídeos de superfície. A presença destes leva a aumentos
                transitórios da IgA; mas, se ocorre colonização coincidente por meningococo de
                indivíduos cujos anticorpos líticos forem inteiramente da classe IgM, eles serão
                temporariamente suscetíveis, devido ao bloqueio, por IgA, da atividade bactericida.

                      Assim, o modelo imunoepidemiológico proposto, parte da premissa de
                que o meningococo só expressa seu potencial patogênico em um hospedeiro
                cocolonizado por organismo entérico responsável por reação cruzada; admite

                que esse organismo determinará a extensão espacial da epidemia, sobre a qual a
                velocidade da transmissão do meningococo implicará a sua magnitude, uma vez
                que a DM ocorrerá somente nos recém-colonizados e, portanto, recém-suscetíveis.
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                      BINKIN & BAND, 1982 , acompanharam a atuação da vacinação em massa
                com vacina A + C durante epidemia de 1981, em Bamako, Mali, África (após 10

                anos do último surto), referindo taxas de ataque e letalidade pós-vacinação de
                0,7/100.000 e 5,9% respectivamente, em vacinados, para 4,7/100.000 e 11,2%
                respectivamente, em não vacinados. Concluem que polissacárides em uso são

                úteis  e  práticos  para  limitar  a  morbidade  e  a  letalidade quando precocemente
                introduzidos no curso epidêmico. A faixa etária, apresentada em proporções (e
                não em morbidade) mais comumente atingida pela DM correspondeu aos menores
                de 1 ano e aos adolescentes de 15 a 19 anos.
                      VODOPIJA e col., 1983 , estudaram em 160 adolescentes e adultos, duas
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                vacinas bivalentes - AC - e duas tetravalentes - ACW Y - incluindo o polissacáride
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                C, O-acetyl-positivo ou O-acetyl-negativo, administrando 50µg, subcutaneamente,
                de cada polissacarídeo. Verificaram poucas reações adversas, viragem sorológica

                específica em mais de 90% dos vacinados, medida por radioimunoensaio, e
                nenhuma diferença na resposta dos dois tipos bioquímicos de polissacáride
                referidos.




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