Page 272 - DOENÇA MENINGOCÓCICA - VOLUME 2 - DIGITAL
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ABORDAGEM CRONOLÓGICA DA BIBLIOGRAFIA




                menores de 2 anos e o pouco ou nenhum efeito anamnéstico dos reforços. Sendo
                que a capacidade de resposta imune se baseia na fixação das imunoglobulinas

                específicas nas cápsulas bacterianas, favorecendo a opsonização pelos leucócitos.
                Referiram 95% de soroconversão acima de 2 anos e sua atuação sustando
                epidemias, no que deu como exemplos as do Brasil, do exército americano e

                de Ruanda. Recomendaram seu uso precoce, em massa, dando prioridade aos
                menores de 18 anos.
                      MOHAMMED & ZARUBA, 1981 , aplicaram a vacina bivalente A +
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                C, na dose de 50µg, numa população de 2.513.733 pessoas de 3 a 15 anos, em
                Bauchi, Nigéria, correspondente a pouco mais de 50% da população do estado,

                distribuídas no período de 1977 a 1980, e observaram a seguinte distribuição
                dos casos: 212 em 1977, 1.509 em 1978, 64 em 1979 e 12 em 1980. Na região,
                a meningite meningocócica atinge principalmente a faixa de 5 a 15 anos, em

                termos proporcionais. Os autores mencionaram as estatísticas anteriores, porém
                acreditam que o declínio pode ser atribuído à atuação preventiva da vacina, e que
                o pico de incidência, em 1978, pode ter sido reflexo de campanha inadequada em
                1977. Comentam que, embora desconhecendo a duração da proteção vacinal e não
                tendo claro se os principais objetivos da campanha foram atingidos, há indicações

                promissoras de que a vacinação em massa é a esperança do controle de epidemias.
                      GRIFISS e col., 1981 , apresentaram sua experiência com as vacinas
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                polissacarídicas dos sorogrupos Y e W135 considerando o crescimento que vem

                sendo observado nos Estados Unidos e Europa na frequência da doença por esses
                sorogrupos (em 1978, nos Estados Unidos, representaram 16% dos casos entre
                civis, com predomínio de formas graves, e 30% entre militares). Aplicando-as
                isoladamente, ou em associação, em grupos de 10 voluntários e em doses de 50 a
                100µg por via subcutânea, verificaram: baixa proporção de efeitos adversos, mas

                predominantes pelo sorogrupo W135; significante indução de anticorpos, medidos
                por radioimunoensaio e atividade bactericida, com resposta homóloga principal e
                heteróloga; declínio de anticorpos bactericidas após 6 meses; e, correlação inversa,

                entre níveis de anticorpos bactericidas na pós-vacinação e preexistentes, ou seja,
                quanto mais elevados e permanentes antes, menos aumentaram depois da vacina
                e vice-versa.




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